Em dois jogos a Costa Rica deixou para trás seis títulos
mundiais – dois do Uruguai e quatro da Itália. Um exemplo precioso de que o
futebol leva em consideração não só o “ser”, mas também o “estar”. Se Itália,
Uruguai e Inglaterra são campeões do Mundo e casa de jogadores lendários,
nenhum dos três esteve, até agora, melhor do que a já classificada Costa Rica.
Não existe apenas uma explicação para o alto nível do futebol
apresentado pela Costa Rica até o momento. O que temos, amigos, é uma mescla de
força física, talento, organização tática e concentração total. Já era esperado,
desde o dia do sorteio dos grupos, que a Itália fosse comer o pão que o diabo amassou
no embate com os costarriquenhos em Recife e à uma hora da tarde. E não deu
outra. Enquanto os italianos começaram o jogo poupando energia e terminaram sem
nada do que haviam poupado, Umaña, Díaz, Borges e companhia pareciam em
condições de jogar um terceiro tempo.
E se Costa Rica é recheada de carregadores de piano, tem
também seus pianistas, que podem não ser virtuosos capazes de esbanjar um Mozart
ou um Beethoven, mas têm intimidade. Bolaños bate com capricho as bolas paradas,
Ruiz sabe encontrar seu espaço e como tratar a criança e Campbell é um potente
azougue. E todos os chicos,
carregadores de piano ou pianistas, sabem e exercem suas funções táticas com concentração
ímpar, o que torna o 5-4-1 do treinador Jorge Luis Pinto uma sólida barreira.
No grupo da morte, a Costa Rica deixa claro para a Copa e para o mundo que é
quando a bola rola que a história se desenrola.
É claro que o magnífico desempenho francês não surpreende
tanto quanto o costarriquenho, mas é impossível esconder um certo espanto com o
futebol triturador que os Bleus tem
jogado. Somados os massacres contra Honduras e Suíça, foram nada menos do que
26 claras oportunidades de gols criadas e oito bolas nas redes. Com raciocínio
rápido, pés rápidos e passes rápidos, a França é avassaladora quando toma a
iniciativa e mais ainda quando contra-ataca. Perguntar não ofende: não era para
o Ribéry estar fazendo falta?
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Apenas dois confrontos já se repetiram em finais de Copa do
Mundo. Brasil e Itália se encontraram nas decisões de 1970 e 1994, e os
brasileiros levaram a melhor em ambas as oportunidades: primeiro, em 1970, goleou
magicamente por 4 x 1, e, depois, em 1994, levou o caneco após disputa por
pênaltis. Já Alemanha e Argentina duelaram pelo título em 1986, quando Maradona
comandou a vitória alviceleste por 3 x 2, e em 1990, quando os alemães deram o
troco com o tento único de Brehme.
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