O que intimidou no passeio alemão sobre Portugal não foi apenas
a chinelada de quatro a zero, mas a naturalidade com o qual esta foi alcançada.
Enquanto ainda creditamos boa parte das razoáveis atuações brasileira e argentina
ao fato de estas terem sido estreias, a Alemanha ignorou os sintomas negativos
que os primeiros chutes em uma Copa proporcionam e jogou livre, leve e solta na
Fonte Nova. Amigos, somente uma equipe consciente de seu enorme potencial é
capaz de tamanha naturalidade diante de uma estreia que se desenhava tão
complicada.
É verdade que parte da complicação de se enfrentar Portugal
virou fumaça depois de um pênalti cometido cedo por João Pereira e de mais uma
expulsão inconsequente do descontrolado beque Pepe. A outra parte da
complicação se esvaiu pela técnica monstruosa e tática afinada dos alemães. Hummels,
Lahm, Kroos e Götze jogaram o fino da bola e Müller detonou: frieza, presença
de área e três gols.
Ótimo jogador com a camisa de seu clube (Bayern de Munique),
Müller cresce ainda mais quando defende a Alemanha, assim como já acontece há
alguns anos com os hoje reservas Klose e Podolski. Para nós, brasileiros, acostumados
a criticar ferrenhamente jogadores que não atuam tão bem com a amarelinha como em
seus clubes, esta evolução de alguns alemães com o uniforme da seleção chama
atenção.
Por incontáveis motivos que não necessitam ser listados, a
naturalidade e a imponência dos alemães não existem na seleção do Irã, que,
justamente por isso, passou 90 minutos segurando um empate mudo contra a Nigéria.
Para os olhos artísticos, o jogo dos iranianos foi de uma feiura de doer, mas
eles, por se sentirem mais fracos, têm todo o direito de jogar para não perder,
até porque meteram o pé apenas na bola, e não nos nigerianos.
Gana arrematou ou cabeceou um total de 21 bolas contra a meta
do ótimo goleiro Howard. Os Estados Unidos finalizaram apenas oito vezes. O
placar final? Dois a um para os norte-americanos. Até que este Mundial demorou
um pouco para nos lembrar que a justiça que vale no futebol é a justiça dos
gols.
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HISTÓRIA DA COPA DO MUNDO
Três finais de Copa do Mundo terminaram com uma diferença de
três gols para o Campeão, e em todas elas o Brasil esteve presente. Se nos
Mundiais de 1958 e em 1970 os shows foram nossos, com a vitória de 5 x 2 e 4 x
1 sobre, respectivamente, Suécia e Itália, em 1998 sofremos com a derrota por 3
x 0 para a França de Zinedine Zidane.
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