terça-feira, 3 de novembro de 2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009 - 33ª RODADA - SÉRIE A

Avaí 2 x 0 Atlético Paranaense
Flamengo 1 x 0 Santos
São Paulo 1 x 0 Barueri
Palmeiras 2 x 2 Corinthians
Internacional 0 x 1 Botafogo
Goiás 2 x 3 Atlético Mineiro
Coritiba 1 x 0 Vitória
Náutico 3 x 2 Sport
Cruzeiro 2 x 3 Fluminense
Santo André 2 x 0 Grêmio

Olá amigos do FUTEBOLA!

Como se não bastasse o equilíbrio que já vem mostrando desde o início do torneio, o Brasileirão resolveu apresentar jogos que são verdadeiros testes para cardíacos. O que foi a vitória do Flamengo com o goleirão Bruno defendendo dois pênaltis? E o triunfo do Botafogo, em pleno Beira-Rio, com um homem a menos e um Jefferson valendo por 5? E o empate do Palmeiras, aos 38 minutos do 2º tempo, com um São Marcos a menos e contra um Ronaldo em dia de Ronaldo? E o Diego Tardelli encontrando mais um gol e três pontos contra o Goiás? E a vitória suada do Náutico sobre o Sport? E o jogo mais espetacular desse Brasileirão, que foi a virada do Fluminense sobre um Cruzeiro que mostrava futebol de Campeão? E na próxima rodada tem o esperançoso Fluminense contra o líder Palmeiras, o mandante invencível Grêmio contra o co-líder São Paulo e, para fazer tremer Belo Horizonte, Atlético Mineiro x Flamengo. Amigos, acreditem. Nós, amantes do futebol, estamos diante de um dos maiores torneios que esse país já realizou.

Flamengo 1 x 0 Santos – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Em uma partida que testou o coração de todos os torcedores rubro-negros, o Flamengo venceu o Santos, no Maraca lotado e em noite do goleirão Bruno. Ao defender os dois pênaltis cobrados por Paulo Henrique Ganso, Bruno colocou o Flamengo no tão desejado G4.

Com o apito inicial, bastou apenas 6 minutos para o “Imperador” Adriano abrir o placar. Após perfeito cruzamento de Léo Moura pela direita, Adriano subiu mais que seu marcador e balançou as redes. O Flamengo resolveu controlar a partida com toques de bola e até conseguia obter sucesso, porém, aos 19 minutos, Aírton bobeu, puxou a camisa do Ganso dentro da área e o Santos ganhou uma grande chance de empatar a partida. Foi nesse momento que entrou em ação o melhor jogador do Flamengo nas últimas três partidas. No meio de semana, Bruno salvou o Flamengo de ser goleado em Barueri. Contra o Botafogo, na penúltima rodada, o Flamengo foi sufocado por todo o 2º tempo e Bruno garantiu a vitória tendo, inclusive, defendendo um pênalti. E era novamente diante de uma penalidade máxima que se encontrava o goleirão rubro-negro. O próprio Ganso, que havia sofrido a penalidade, partiu para cobrança e... Bruno voou para agarrar a pelota. O Maracanã quase veio abaixo. Com exceção desses dois lances, o gol do Imperador e o pênalti perdido, o 1º tempo transcorreu em verdadeiro banho-maria.

Após o intervalo, o Flamengo adotou por completo a tática do contra-ataque. Entretanto, não era um time voltado para o contra-ataque, mas sim um time voltado para jogar a bola no Adriano, que se encarregaria de, absolutamente sozinho, puxar o contragolpe. O “Imperador” quase teve sucesso na primeira jogada de perigo da 2ª etapa, quando arrancou até a área santista e finalizou em cima do goleiro Felipe. O recuo excessivo do Flamengo, porém, surtiu efeito positivo para o Santos, que ganhou o controle da posse de bola e do meio-campo. Jean, pela direita, e Pará, pela esquerda, assustaram Bruno. Adriano devolveu mandando uma bomba na trave. O recuado Flamengo só conseguia criar algo produtivo pela qualidade do Adriano. A ofensiva do Santos surtiu efeito quando Léo cruzou a bola na área e Álvaro puxou o atacante santista André. Novamente pênalti. Novamente Paulo Henrique Ganso vai para a pelota. Novamente o triunfo do Flamengo está nas mãos de Bruno. Novamente o goleirão corresponde. Dessa vez, o Maracanã veio abaixo. Ainda restou tempo para o Santos tentar mais duas vezes empatar a partida em jogadas do Felipe Azevedo, porém os deuses do futebol escolheram esse dia como dia do Bruno e o Flamengo saiu de campo com a vitória.

Como era de se esperar em um Campeonato tão equilibrado como é o Brasileirão, o Flamengo está passando por um período ruim. A equipe vem de três jogos onde apresentou um futebol muito abaixo do esperado. Entretanto, nesse três jogos, conquistou 6 pontos. E o principal nome desses 6 pontos é, sem dúvida alguma, o goleiro Bruno.

Palmeiras 2 x 2 Corinthians – Eduardo J. Farah, Presidente Prudente (SP)

No grande clássico da 33ª rodada do Brasileirão, Palmeiras e Corinthians empataram e o Verdão permaneceu na liderança do torneio, apesar de agora estar na frente do São Paulo apenas pelo saldo de gols.

Precisando, de qualquer maneira, da vitória no clássico, o Palmeiras tinha que partir para cima do Corinthians. Com o apito inicial e menos de 2 minutos de partida, o Palmeiras apresentou seu cartão de visitas quando Vágner Love deu lindo passe para Figueroa, na direita, e o chileno errou a sequência da jogada, que poderia ter terminado nos pés de Obina e no fundo das redes. Porém, o cartão de visitas palmeirense foi completamente enganoso. Sentindo uma falta gigantesca do Cleiton Xavier e com Diego Souza muito pouco participativo, o Palmeiras penava para tentar criar uma jogada ofensiva de qualidade. E a situação ainda ficaria pior. Se aos 30 e 31 minutos, Ronaldo esteve perto de abrir o placar para o Corinthians, primeiro em um chute cruzado e depois de cabeça, aos 36 minutos ele teria uma chance de ouro. O até então apagado Defederico deu espetacular assistência para o veloz Jorge Henrique que, após driblar o goleirão Marcos, foi derrubado na área. Pênalti para o Timão. Expulsão de São Marcos. Gol de Ronaldo. O buraco alvi-verde poderia ter ficado ainda mais fundo se o juiz não pipocasse e expulsasse o zagueiro Danilo após entrada digna de vilão de filmes do Jackie Chan em Jorge Henrique. Falando um pouco sobre o Jorge Henrique, acredito que ele foi um dos mais prejudicados com esse marasmo que atacou o Corinthians no Brasileirão. Após a equipe conquistar a vaga na Libertadores pela Copa do Brasil e resolver “entrar de férias” no Brasileiro, o futebol de Jorge Henrique perdeu, digamos, a importância. Se mantivesse o ritmo do 1º semestre, quando foi um dos melhores jogadores do país e, em minha opinião, o dono da Copa do Brasil, Jorge Henrique estaria muito valorizado. Nesse clássico, em particular, ele esteve muito bem, com a velocidade e agilidade de sempre, muitas faltas sofridas e bons passes.

Após o intervalo, o treinador Muricy Ramalho tentou organizar o Palmeiras ofensivamente, com a entrada do meia-atacante Marquinhos, porém foi somente nas bolas paradas que o Palmeiras conseguiu criar oportunidades. Logo aos 6 minutos da 2ª etapa, o chileno Figueroa cobrou uma falta com perfeição e Danilo empatou o jogo. O jogador a mais, entretanto, fazia o Corinthians dominar a posse de bola e o meio-campo. Aos 14, o lateral Balbuena acertou uma bomba na trave e, 5 minutos depois, novamente Defederico deu uma assistência milimétrica, dessa vez para Ronaldo, que se utilizou de toda sua categoria para colocar o Timão na frente. O argentino Defederico, escalado inicialmente como ponta-direita, apareceu com dois passes perfeitos quando esteve na meiúca. Me parece que seu lugar em campo é, apesar de merecer uma certa liberdade de movimentação, no meio-campo. Uma formação com ele no meio e o trio Dentinho, Jorge Henrique e Ronaldo, tem tudo para se tornar a melhor do país e, porque não, da América.

Voltando ao jogo, o Palmeiras conseguiu, aos 38 minutos, em nova bola parada cobrada com muita precisão pelo Figueroa, empatar a partida. Se dessa vez o autor do gol foi o zagueiro Maurício, a defesa corintiana falhou novamente. O Corinthians tinha tudo para vencer o clássico, porém se mostrou uma equipe ainda sem muita organização e contando apenas com a qualidade de seu trio ofensivo Defederico/Ronaldo/Jorge Henrique. Já o Palmeiras esteve inoperante quando possuía 11 jogadores e mais ainda após a expulsão de Marcos. Porém, a bola parada é uma das principais armas do futebol atual e o Verdão soube aproveitá-la com maestria, contando com um ótimo Figueroa nas cobranças, zagueiros artilheiros e uma defesa adversária perdida.

Cruzeiro 2 x 3 Fluminense – Mineirão, Belo Horizonte (MG)

Pintou o melhor jogo do Brasileirão. Fluminense e Cruzeiro realizaram um duelo histórico no lotado Mineirão e a vitória, principalmente pela maneira que foi conquistada, deixou o torcedor tricolor repleto de esperanças em permanecer na 1ª divisão.

A partida foi espetacular desde o seu início. Com menos de 10 minutos de jogo, o tricolor Maicon e o cruzeirense Guerrón já haviam mostrado toda a velocidade que possuem e a partida estava completamente aberta. Maicon, inclusive, quase abriu o placar para o Flu quando driblou o goleiro Fábio e tropeçou sozinho antes de concluir. Já pelo lado do Cruzeiro, a chance foi aproveitada. Em uma jogada que se iniciou com Guerrón pelo lado esquerdo e terminou na direita, com um lindo passe de Gilberto para Jonathan, a equipe Celeste colocou o 1 a 0 no marcador. O Fluminense ainda tentaria uma resposta rápida, novamente com Maicon, em linda defesa de Fábio, mas o fato é que, após o primeiro gol, o Cruzeiro controlou a partida por completo. Em ordem cronológica, teve pênalti sofrido pelo Guerrón que o Wellington Paulista desperdiçou, lindo lançamento do Guerrón – o equatoriano mostrou um ótimo futebol na 1ª etapa – para Wellington Paulista, agora sim, balançar as redes, chutaço do Fabrício que explodiu na trave, após defesa de Fernando Henrique, e perfeito passe de Jonathan, que assim como Guerrón jogou muito no 1º tempo, para Wellington Paulista chutar para fora. Resumindo: O Cruzeiro engoliu o Fluminense.

Após o intervalo, o treinador Cuca realizou substituições que eram essenciais para uma evolução do Fluminense na partida. Pelo lado esquerdo tricolor, Dieguinho, que estava sendo facilmente envolvido por Jonathan e cia, ganhou o apoio de Digão e, buscando maior produtividade ofensiva, Tartá entrou na meia-esquerda. Quem saiu de campo? Diguinho e González que, durante os primeiros 45 minutos, nada produziram nem defensiva nem ofensivamente. O jogo se transformou em todos os quesitos. A insegura defesa tricolor se tornou uma muralha, o setor de meio-campo passou a ser inteiramente dominado pelo Flu e, o principal, as bolas chegaram aos pés de Fred. O Fluminense apresentou, nessa 2ª etapa contra o Cruzeiro, um futebol que não conseguiu mostrar nos outros 32 jogos do Brasileirão. Dos passes de Conca e da velocidade de Maicon, os gols tricolores foram surgindo. Bola parada cobrada por Conca e... gol do Gum. Magistral lançamento do não menos magistral Conca e... gol do Fred. Arrancada impressionante de Maicon pela direita e... outro gol do Fred. Em 25 minutos o Fluminense fez o que parecia impossível. O jogo que era de um time só, continuou de um time só, mas de outro time só. Do Fluzão. Que partidaça!

O Cruzeiro ainda tentou, mesmo que de maneira desorganizada, buscar o empate, porém, como citei anteriormente, a defesa do Flu era uma verdadeira muralha. É impossível encontrar um torcedor do Fluminense que não tenha ficado orgulhoso da equipe após essa partida. O esgotamento de Maicon e Fred, nos minutos finais, foram comoventes. No meado da semana, eu havia dito o seguinte: “Depois de Internacional, Goiás e Atlético Mineiro, três partidas difíceis que o Flu não perdeu, chegou a vez do Cruzeiro, no Mineirão. Sobre esse jogo, concordo em gênero, numero e grau com o atacante Fred, que disse que se o Tricolor vencer, escapa do rebaixamento”. Palavra mantida. Conca, Fred, Maicon e cia vão tirar o Fluminense do buraco.

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