segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CAMPEONATO BRASILEIRO 2009 - 36ª RODADA - SÉRIE A

Grêmio 2 x 0 Palmeiras
Corinthians 2 x 3 Náutico
Atlético Paranaense 1 x 1 Cruzeiro
Santos 4 x 0 Coritiba
Botafogo 3 x 2 São Paulo
Sport 0 x 3 Fluminense
Santo André 4 x 2 Avaí
Vitória 2 x 1 Barueri
Flamengo 0 x 0 Goiás
Atlético Mineiro 0 x 1 Internacional

Olá amigos do FUTEBOLA!

A 36ª rodada do Brasileirão tinha tudo pra ser do Flamengo, pois era a chance de o Rubro-Negro assumir a liderança do torneio. Porém, com o empate do Mengo, o destaque da rodada ficou com a dupla carioca que está no fundo da tabela. O incrível, impossível, inacreditável e surreal Fluminense, venceu novamente e, acreditem, só depende de sua força – e que força! – para escapar da degola. Já o Botafogo realizou, contra o São Paulo, uns dos melhores jogos do Brasileirão. Com um show do atacante Jobson, o Fogão venceu o líder do campeonato e, assim como o Flu, só depende de si mesmo para permanecer na Série A. Vamos aos comentários dos jogos que assisti dessa rodada.

Botafogo 3 x 2 São Paulo – Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)

Com uma atuação inesquecível do atacante Jobson, o Botafogo bateu o São Paulo e se manteve fora da zona de degola do Brasileirão.

No Campeonato desse ano, estamos presenciando algumas grandes atuações individuais. Sem muito forçar a memória, me recordo de Val Baiano marcando quatro gols na vitória do Barueri sobre o Náutico, do flamenguista Petkovic acabando com o Palmeiras, em pleno Parque Antártica e do meia Gilberto no jogo em que o Cruzeiro venceu o Internacional, no Beira-Rio. Após a vitória do Botafogo sobre o líder do Brasileiro, o atacante Jobson também entrou nessa lista de grandes atuações individuais. E pela porta da frente! Com tapete vermelho e tudo!

O Botafogo iniciou a partida de maneira surpreendentemente, pelo menos para mim, ofensiva. Marcando no campo de ataque e pressionando o Sampa, o Fogão mostrava uma postura de quem realmente queria, e muito, a vitória. O primeiro susto que o goleiro Rogério Ceni tomou veio após uma bomba de Juninho em cobrança de falta. Poucos minutos depois, Hernanes bobeou na saída de bola e o cruzamento de Jobson atravessou toda a área tricolor, em busca de um pé alvi-negro. O Fogo era só ataque e ninguém conseguia parar o Jobson. Que nos diga o zagueiro Renato Silva que, aos 14 minutos, ficou na saudade, após um drible do atacante, e viu a bola entrar no ângulo de Rogério Ceni. Golaço! 1 a 0 Fogão. Porém, como sempre, o Botafogo prefere recuar para segurar a vantagem. Fico impressionado com essa constante atitude do Glorioso. A equipe fazia uma partida impecável contra ninguém menos do que o líder do Campeonato, abre o placar e, ao invés de manter o ritmo, prefere mudar a postura e se defender. O São Paulo foi aos poucos colocando a manguinha de fora e começou a criar chances de igualar o placar. Uma bomba de Marlos, que o Jefferson salvou, e um chute na trave do zagueirão Miranda, serviram de alerta para o Botafogo voltar a jogar no campo ofensivo, mas de nada adiantou. Nos acréscimos da 1ª etapa, a dupla ex-Fluminense formada por Júnior César e Washington funcionou e o “Coração Valente” empatou o jogo.

Na saída para o intervalo, Washington falou aos microfones que se fosse preciso daria a vida em campo pela vitória. O São Paulo precisou de bem menos para virar o jogo. Numa falha digna de equipe sub-20 do sistema defensivo do Botafogo, o São Paulo passou a frente no placar com um gol de Jorge Wagner que surgiu de uma cobrança de lateral. Até o sempre seguro Leandro Guerreiro, que depois iria se redimir com desarmes espetaculares e muita raça, estava dormindo no lance. O tão consistente São Paulo estava com a vantagem e, para piorar a situação do Fogão, o treinador Ricardo Gomes havia modificado sua defesa, colocando o perdido Renato Silva na sobra e o Miranda para dar o combate no Jobson. Por mais incrível que possa parecer, nada adiantou. Quatro minutinhos após o gol tricolor, o infernal atacante alvi-negro entrou na área, deixou o Miranda na saudade e o seu companheiro Renato livre para empatar a partida.

Com a igualdade no placar, o jogo ficaria ainda mais aberto, afinal o empate era péssimo para as duas equipes. Apesar de o Botafogo parecer mais ofensivo, era o Tricolor quem chegava com mais qualidade, se aproveitando dos buracos na defesa alvi-negra. Um tiro na trave do sumido Hernanes e um chute cruzado do Marlos fez os botafoguenses engolirem seco. Mas amigos, o São Paulo não podia mesmo evitar. Esse jogo já tinha um dono. Aos 43 minutos, um tiro de meta deixou Jobson no mano a mano com o melhor zagueiro do país. Foi bola para um lado, Miranda para o outro, arremate, rede balançada, emoção, camisa retirada, segundo amarelo, expulsão, alegria, alívio e palmas para o dono do jogo.

Agora, o Fogão terá mais um jogo de extrema importância, contra o Atlético Paranaense, e não pode nem pensar em empatar. Já o São Paulo, se não enfrentar outro jogador iluminado nos próximos dois jogos, tem a taça de Campeão Brasileiro nas mãos.

Flamengo 0 x 0 Goiás – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Diante de um Maracanã completamente lotado, o Flamengo não conseguiu superar o Goiás e perdeu a oportunidade de assumir a ponta do Brasileirão.

Desde o apito inicial, a partida se mostrou como uma decisão de Campeonato. E uma decisão onde o Goiás parecia ter a vantagem do empate, tamanha a calma e tranquilidade apresentada pela equipe verde. Enquanto as pernas dos jogadores do Flamengo pareciam pesar toneladas, os goianos souberam perfeitamente como esfriar a torcida e a equipe rubro-negra. O Goiás alternou momentos de troca de passes, aumentando, e muito, o nervosísmo do Fla, com contra-ataques que só não foram perfeitos devido às péssimas conclusões. Diante de tamanha torcida e de um forte Flamengo, não são poucos os adversários que se esconderiam nessa partida. Não foi o caso da equipe comandada pela dupla Campeã do Mundo Fernandão/Iarley. Por diversas vezes os goianos estiveram perto de abrir o placar da partida, mas o goleirão Bruno e a péssima pontaria (o Léo Lima chegou a furar a pelota, dentro da área) foram os motivos para a equipe verde não conseguir balançar as redes. Falando em motivos, sabem qual foi o que fez aparecer tantos buracos no setor defensivo do Flamengo? Simples. A ausência do Maldonado. Tudo bem que o Fla, principalmente na 2ª etapa, partiu desordenadamente em busca da vitória e que Toró, Aírton e Willians se esforçaram para impedir os ataques goianos, mas a qualidade e inteligência defensiva do chileno fizeram sim muita falta.

Seria injusto, porém, falarmos que o Flamengo nada criou ofensivamente e que foi inteiramente dominado pelo Goiás. Não foi assim. Teve cobrança de falta do Petkovic que passou raspando, chutes do Willians pela direita, do Juan de fora da área, do Pet pela esquerda, do Adriano de dentro da área, do Kléberson da meia-lua, duas bolas que a defesa do Goiás salvou na pequena área... Na realidade, o Flamengo jogou e deixou o Goiás jogar. Poderia ter vencido. Poderia ter perdido. Acabou empatando. Um empate com um gosto gigante de derrota, já que o São Paulo havia sido derrotado, pouco tempo antes, pelo Botafogo.

Queria dedicar um espaço aqui sobre o assunto da moda: a “mala branca”. Após a partida, o zagueiro do Flamengo, Ronaldo Angelim, disse que o Goiás teria recebido 300 mil reais para se esforçar mais em campo. Eis aqui minha teoria: vamos supor que o “prêmio” de 300 mil fosse divido entre os jogadores que participaram da partida, ou seja, 14 atletas goianos. Dividindo em partes iguais daria algo próximo de 21 mil para cada jogador. Pegando apenas o Fernandão, que recebe, acredito eu, algo próximo de 250 mil reais por mês e acabou de retornar do lucrativo mundo árabe, como exemplo, vocês acham que ele se esforçou mais pelos tais 21 mil da “mala branca” ou por estar diante de um jogo histórico, em um Maracanã com quase 90 mil presentes? Essa partida foi, provavelmente, a mais importante que metade dos jogadores goianos disputaram até o momento. Isso não é o suficiente para se esforçar mais? Sabem o que virou esse assunto de “mala branca”? Uma desculpa idêntica a que aparece após uma derrota na altitude. Perdeu de 6 para a Bolívia? Culpa da altitude. Levou de 4 da LDU? Culpa da altitude. Só faltam dizer que, se o Flamengo perder para o Corinthians, na próxima rodada, foi porque deram dez merréis para o Ronaldo correr mais.

JOGADA RÁPIDA!

Não descartem Palmeiras e Internacional da briga pelo caneco. Se eu acredito? Não. Se é possível? Sim.

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