
Craques rubronegros levantam o caneco da Taça Guanabara 2011.
Foto: Ivo Gonzalez
Flamengo 1 (3) x (1) 1 Botafogo – Engenhão
Valendo vaga na decisão da Taça Guanabara, Flamengo e Botafogo fizeram um jogão de bola que só foi decidido na disputa por pênaltis e terminou com o Rubronegro se garantindo na finalíssima.
Ainda em busca da formação ideal para o Flamengo, Luxemburgo mandou a equipe para o jogo organizada em um 3-4-2-1 com Felipe; Welinton, David Braz e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Willians, Fernando e Renato; Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e Deivid. Pelo lado do Botafogo, Joel Santana, de maneira até surpreendente, abandonou o esquema com três zagueiros e escalou o time no 4-3-1-2 com Jefferson; Alessandro, Antônio Carlos, Márcio Rosário e Márcio Azevedo; Arévalo Ríos, Rodrigo Mancha e Somália; Renato Cajá, Herrera e Loco Abreu.
O jogo iniciou com um volume baixo e as duas equipes adotando uma postura mais cautelosa. Nos primeiros 15 minutos, apenas chances através de bola parada foram criadas, porém enquanto o Botafogo jogou a sua oportunidade para fora com o zagueiro Márcio Rosário, o Flamengo converteu a sua com Ronaldo Angelim desviando escanteio cobrado pelo Thiago Neves aos 14 minutos. O gol fez muito bem ao Rubronegro, que contando com uma segura atuação defensiva – sim, pela primeira vez no ano a retaguarda flamenguista merece elogios – e maior qualidade nos ataques, conseguiu controlar as ações do adversário e ainda obrigou o goleiro Jefferson a realizar sensacional defesa. O relógio marcava 42 minutos quando Ronaldinho e Fernando tabelaram e o volante cruzou para Thiago Neves cabecear e o goleirão alvinegro se esticar todo para impedir o segundo gol do Mengão.
Para o 2º tempo, o Botafogo retornou com o meia Éverton no lugar do Márcio Azevedo e o Somália passou a ocupar a lateral-esquerda. O Fogão melhorou. E muito! Se na 1ª etapa a equipe contou apenas com alguns avanços improdutivos dos laterais Alessandro e Márcio Azevedo, nos primeiros minutos após o intervalo a postura ofensiva foi totalmente diferente. Em pouco mais de 10 minutos o “Glorioso”, sempre em finalizações do Loco Abreu, criou três oportunidades de balançar as redes, conseguindo sucesso após o Alessandro encontrar o uruguaio livre de marcação logo aos 3 minutos. Buscando conter o ímpeto ofensivo do rival e recolocar sua equipe no jogo, Luxemburgo decidiu modificar o seu ataque trocando Deivid por Negueba, aos 13 minutos. Assim como os primeiros minutos em campo do meia alvinegro Éverton foram excelentes, o Negueba também entrou com tudo. Apesar de ter prendido a bola excessivamente em alguns lances, o Negueba deu um banho de bola no Arévalo Ríos, foi um tormento para a defesa botafoguense e impediu que o Flamengo virasse refém de uma pressão do rival.
Se o jogo já estava tenso e emocionante, a metade final da 2ª etapa foi ainda mais, com chances de gols sendo criadas em grande número. Primeiro, Ronaldinho quase marcou um gol de placa após dominar uma bola alçada na área de forma magistral e finalizar para fora. Depois, entre os minutos 30 e 40, o Botafogo se empolgou e quase passou à frente do marcador com Éverton, Loco Abreu e uma cobrança de falta do Renato Cajá que o Felipe voou para buscar. No entanto, nos últimos 5 minutos, o Flamengo buscou forças para ir atrás da vitória e só não a conseguiu pois o goleiro Jefferson está realmente na briga para ser o melhor do país. As defesas que o Jefferson realizou após um arremate do Negueba e uma cobrança de falta do Ronaldinho, esta já aos 47 minutos, levaram a partida para a disputa de penalidades.
Na decisão por tiros da marca da cal, o Flamengo ignorou a presença do Jefferson, converteu todas suas cobranças e ainda contou com um goleiro Felipe altamente inspirado para defender os arremates do Éverton e do Somália, tendo o Renato Cajá finalizando o seu para fora. Amigos, sou totalmente contrário àquela máxima que diz que pênalti é loteria. Para o Flamengo conseguir converter todas suas cobranças, diante de um goleiro do nível do Jefferson, foi necessário muita qualidade técnica e psicológica.
Já classificado na Copa do Brasil, o Flamengo terá uma semana para se preparar para a decisão da Taça Guanabara contra o Boavista. E esta preparação passa pelo trabalho que o Luxemburgo deve realizar para que o Flamengo entre em campo com o máximo de seriedade, como se estivesse disputando um clássico contra um de seus maiores rivais.
França 1 x 0 Brasil - Stade de France, Paris
No Segundo teste de alto nível enfrentado pelo treinador Mano Menezes – o primeiro havia sido contra a Argentina – a Seleção Brasileira novamente saiu de campo derrotada, desta vez por 1 x 0.
O duelo contra os franceses pode ser dividido em duas fases: uma antes e outra depois da expulsão dos Hernanes aos 38 minutos da 1ª etapa. Com 11 jogadores em campo, o Brasil estava postado com duas linhas de quatro e os milanistas Robinho e Pato formando o ataque. Confesso aos amigos que não gostei da formação, principalmente a linha de quatro meio-campistas que contava com Renato Augusto aberto pela direita, Hernanes aberto pela esquerda – diga-se de passagem, claramente fora de posição – e a dupla Elias e Lucas centralizada. Com esta formação, o Brasil não arquitetou nenhuma boa trama ofensiva e máximo que conseguiu foi manter a posse de bola. Após a expulsão do ex-tricolor paulista, o Brasil nem mais a pelota teve sob controle e a França precisou jogar apenas os primeiros 20 minutos do 2º tempo para criar três claras oportunidades de gols e definir o placar. Comandados pelo meia-direita Menéz e pelo atacante Benzema, os “Azuis” abriram o placar logo aos 9 minutos da etapa final, em linda jogada do Menéz que encontrou o Benzema livre, leve e solto para sacudir o barbante. E os franceses só não ampliaram a vantagem porque o goleirão Júlio César esteve, novamente, em uma boa noite.
Ainda não é hora de pressionar o trabalho do Mano Menezes, mas as seguidas derrotas diante de argentinos e franceses vão colocar um pouquinho de pimenta nas análises sobre a renovação que ele tenta implantar na Seleção Brasileira.
GRUPO A
Boavista 0 x 1 Resende
América 3 x 1 Americano
Flamengo 1 x 0 Nova Iguaçu
Vasco x Volta Redonda – quinta-feira
GRUPO B
Maduereira 2 x 1 Cabofriense
Olaria 1 x 1 Macaé
Bangu 1 x 1 Botafogo
Fluminense x Duque de Caxias – quinta-feira
Flamengo 1 x 0 Nova Iguaçu – Engenhão
A estréia do Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo foi uma mistura de tensão e alegria. Desde a recepção de arrepiar que a torcida preparou para o craque até o alívio final, passando por uma partida duríssima, suada, apertada e que só foi decidida com um gol do “Ladrão de Estréias” Wanderley, aos 40 minutos do 2º tempo. Depois de balançar as redes duas vezes na estréia do Thiago Neves, Wanderley “roubou” a estréia do Ronaldinho e começa a se tornar o mais novo xodó da torcida rubronegra. Vamos ver como os jogadores do Mengão se comportaram neste difícil duelo contra o organizado e aplicado Nova Iguaçu.
Felipe: Diante da postura do Nova Iguaçu de se defender quase integralmente e buscar somente os contra-golpes o goleiro Felipe pouco trabalhou na partida.
Léo Moura: Mais uma bela atuação do Léo Moura, um dos poucos jogadores que consegue estar voando fisicamente no início da temporada. Mesmo contando com a presença cada vez maior de jogadores com destacadas qualidades ofensivas, Léo Moura continua sendo uma das mais importantes armas do Flamengo. Bastante acionado durante a partida, Léo Moura deu um banho de bola no seu marcador, o lateral-esquerdo Cortez, e construiu boas jogadas de ataque.
Welinton: Assim como o goleiro Felipe, pouco participou da partida devido à postura retraída do adversário.
David Braz: Mais participativo do que seu companheiro de zaga, David Braz conseguiu impedir alguns dos raros ataques do Nova Iguaçu e demonstrou um força de vontade que vem se tornando uma marca registrada.
Renato: Completamente perdido na lateral-esquerda, pouco apoiou ofensivamente, aparecendo bem somente ao finalizar um espetacular tabelinha entre o Ronaldinho e o Deivid. Já defensivamente, mostrou que se permanecer atuando no setor o Flamengo pode ter uma “Avenida Renato Abreu” em campo, pois espaços em suas costas não vão faltar. Na parte final da partida, com a entrada do Egídio no lugar do Maldonado, Renato passou a atuar de meio-campo e, pela meiúca, participou da organização da jogada que resultou no gol da vitória. Coincidência? Creio que não. Renato é um ótimo volante para ser sacrificado na lateral-esquerda.
Willians: Um verdadeiro leão em campo. Por atuações como esta contra o Nova Iguaçu que o torcedor rubronegro adora encher os pulmões e gritar: “Willians!!! Willians!!! Willians!!!”. Se ele comete algumas faltas bobas e erra passes mais bobos ainda, tudo isto é facilmente esquecido diante da raça, garra e dedicação deste volante. Foi o principal responsável por o Nova Iguaçu não ter obtido sucesso na maioria dos seus contra-ataques.
Maldonado: Até por não possuir o vigor físico do seu companheiro Willians, o chileno apareceu menos na partida. No entanto, sua participação à frente da defesa é, e deverá ser por um bom tempo, muito importante para o Flamengo.
Vander: Não repetiu suas boas atuações que deixaram o torcedor flamenguista perguntando: “Quem é este garoto bom de bola que joga com a camisa 20?” Muito apagado ofensivamente, Vander não ajudou nem um pouco o ataque na árdua missão de furar a retranca laranja.
Thiago Neves: Se não foi brilhante como no lençol aplicado em Fernando Prass no último domingo, Thiago Neves nem passou perto de realizar uma partida ruim. O meia correu bastante, ajudou na marcação, tentou organizar jogadas de ataque, teve participação direta no gol da vitória, permaneceu em campo durante os 90 minutos, pediu o apoio da torcida quando a partida estava 0 x 0 e o time não podia relaxar... Pouco a pouco o craque começa a se sentir em casa com a camisa rubronegra.
Ronaldinho Gaúcho: Não foi a estréia dos sonhos, porém está longe de ser considerada a estréia dos pesadelos. Recebido de maneira inesquecível pelo torcedor rubronegro que entupiu o Engenhão, Ronaldinho apresentou um futebol de ótimo nível, se mostrou muito perigoso nas bolas paradas, deu um punhado de passes precisos e foi figura importantíssima na vitória flamenguista. Na fase final da partida, quando sua nada ideal forma física poderia se fazer sentir mais intensamente, Ronaldinho surpreendeu e continuou correndo, participando e tentando levar sua equipe à vitória, como em duas boas assistências que deu para o Thiago Neves e para o Léo Moura. Elogios para o estreante à parte, gostaria de aproveitar o espaço que falo do Gaúcho para discordar de sua escolha para capitão do Flamengo e de sua participação em alguns lances de bola parada. Não sei se por opção do Luxemburgo ou por ordem “que vem de cima”, o Ronaldinho “ganhou” a braçadeira de capitão do Léo Moura. Não é nada, não é nada, o Léo Moura já possui cinco anos de casa e merecia mais consideração. Sobre as bolas paradas, até entendo a vontade do Ronaldinho de participar do maior número possível de lances ofensivos, já que ele está doido para retribuir o carinho da torcida, no entanto, neste duelo contra o Nova Iguaçu surgiram lances de bola parada que devido à distância deveriam ser cobrados pelo Renato Abreu e outros que por causa da localidade eram favoráveis ao canhoto Thiago Neves. Apesar de sua reconhecida qualidade neste tipo de lance, o Gaúcho não deveria monopolizar as bolas paradas do Flamengo.
Deivid: Mais uma atuação que irritou os torcedores. Por causa de sua apatia e falta de vibração não estava atento quando era procurado em algumas jogadas, principalmente nos “passes surpresas” do Ronaldinho. Pelo futebol que vem mostrando, a briga pela vaga de homem-gol do Flamengo será entre Diego Maurício e Wanderley.
Bottinelli: Meio perdido em campo errou passes que um armador não pode nem pensar em errar. Apesar de parecer ter qualidade técnica precisa estar mais focado nas jogadas que tentar.
Wanderley: Não direi que foi o dono do jogo pois Willians, Léo Moura, Thiago Neves e o próprio estreante Ronaldinho, participaram intensamente da partida e também merecem ser tratados como protagonistas. No entanto, é impossível não destacar o gol histórico marcado por Wanderley. Sim, foi um gol histórico, afinal sempre que forem comentar a estréia do Ronaldinho pelo Flamengo em um lotado Engenhão vão lembrar do gol do Wanderley. Um gol que foi marcado porque, diferente do Deivid, Wanderley estava vibrando, correndo e com muita atenção no jogo. Se manter o ritmo, vai cair de vez nas graças da galera.
Egídio: Entrou no fim da partida, mas o pouco tempo que esteve em campo foi suficiente para participar da troca de passes que originou o gol do Wanderley.
Nova Iguaçu: A equipe comandada, ou melhor dizendo, muito bem comandada pelo técnico Josué Teixeira fez um papel melhor do que dela se esperava. E se o meia Alex Faria não tivesse bobeado feio e perdido um gol livre, leve e solto logo no começo da partida o Nova Iguaçu poderia estar vivendo o dia mais importante de sua história. Pode-se dizer que a idéia de segurar o Flamengo e contra-atacar com velocidade obteve 50% de sucesso, pois se a equipe laranja dificultou ao máximo os fortes ataques rubronegros e só sofreu um gol no fim, não conseguiu, exceto o lance que originou o gol desperdiçado pelo Alex Faria, contra-golpear com qualidade. No final das contas, creio que os comandados do Josué Teixeira, e o próprio, estão satisfeitos, pois muitos dos que iniciaram a partida prevendo uma goleada do Fla devem ter dito, após o apito final: “Como foi difícil vencer o Nova Iguaçu!”