sexta-feira, 8 de maio de 2009

TERCEIRA RODADA DA COPA DO BRASIL - PARTE 2

Fortaleza 0 x 3 Flamengo – Castelão, Fortaleza (CE)
Fluminense 1 x 1 Goiás – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Olá amigos do FUTEBOLA!

Nesta semana foram realizados inúmeros jogos importantes, pelo Brasil e pelo mundo. Copa do Brasil, Champions League, Taça Libertadores e Copa da Uefa, tiveram partidas decisivas e todos os torneios estão pegando fogo. Não consegui assistir a todos os jogos que eu queria, e alguns estão gravados esperando o fim de semana, porém o que não falta aqui é jogo importante comentado. Vamos aos destaques da semana, começando pela competição nacional.

Pela Copa do Brasil, consegui assistir aos jogos Fortaleza x Flamengo e Fluminense x Goiás. Antes dos comentários sobre ambos, vamos passear pelos resultados dos outros jogos.

- O Americano quase conseguiu a façanha de chegar entre os oito times classificados, porém não teve forças para segurar a Ponte Preta, em Campinas, e perdeu por 2 a 1. Com o sentimento de trabalho realizado, os jogadores campistas terão para sempre em suas memórias, a histórica vitória sobre o Botafogo.

- O Vasco não deu chance nenhuma a zebra chamada Icasa e sapecou 4 a 1, em Juazeiro. Tudo bem que o objeto principal do ano é conseguir o acesso à Serie A de 2010, porém que o time está ganhando corpo na Copa do Brasil, ninguém pode negar.

- Mais uma vez o Corinthians teve que contar com a qualidade do Fenômeno para garantir um triunfo. Com dois gols de Ronaldo, a equipe bateu o Atlético Paranaense e segue firme e forte em busca da segunda final seguida da Copa do Brasil. E teremos Ronaldo no Maracanã!

- O Atlético Mineiro fez o que parecia impossível e venceu o Vitória por 3 a 0, levando a decisão da vaga para os pênaltis. Quando parecia que o Galo teria vantagens na disputa de penalidades, pela empolgação, o Vitória surpreende, converte todas suas 5 cobranças e garante a classificação.

- O incrível Internacional venceu o Náutico por 2 a 0. Se o resultado já era esperado, mais uma boa atuação de D´Alessandro também não foi nenhuma surpresa. Que golaço fez o argentino! Se ele continuar atuando neste nível ao longo do Brasileirão, prometo criar a campanha “Chama ele Dieguito!”.

- Com uma tranquilidade impressionante o Coritiba atropelou o CSA. Após vencer o jogo de ida por 4 a 0, em Alagoas, desta vez o Coxa balançou a rede 3 vezes e, com a vitória de 3 a 0, garantiu a vaga. Novamente Marcelinho Paraíba deixou a marca dele. Se estiver focado, o Paraíba é um excelente jogador, que não pode ser deixado de lado ao citarmos os destaques do futebol brasileiro.

Agora vamos aos comentários sobre os jogos que consegui assistir.

MANDOU BEM!

- Simplesmente sensacional a atuação do Flamengo nos 30 primeiros minutos do 2º tempo, em Fortaleza. Nas minhas contas foram nada menos que oito grandes oportunidades de balançar as redes, sendo que três delas foram convertidas. Bastou Juan mostrar suas qualidades que o sonho do Fortaleza foi por água abaixo. Reparem nos lances de Juan. Primeiro ele arquiteta um ataque como se fosse um camisa 10, que passa pelo calcanhar de Emerson, pelos pés de Kléberson e enfim “sacode o véu da noiva”. Depois Juan pega a bola na entrada da área, dribla Júlio e sobre falta dura que resulta em cartão vermelho para o jogador cearense. Mais alguns minutos e nova jogada individual do lateral rubro-negro, que agora sofre pênalti, convertido em seguida por ele mesmo. Resumo da ópera: em três lances Juan decidiu a partida. Porém, fazendo justiça, Íbson e Emerson também jogaram muita bola. O meia, além da grande capacidade de organizar o time que sempre possuiu, mostrou ser um exímio cobrador de escanteios. Os cruzamentos que Íbson vem realizando, sempre levam perigo ao adversário, como no terceiro gol flamenguista, marcado por Emerson. E não foi só pelo gol que Emerson atuou bem. O atacante buscou bastante o jogo, deu muito trabalho a defesa do Fortaleza, tocou linda bola de calcanhar no já citado gol de Kleberson, deixou sua marca e, como sempre, correu bastante. Uma atuação do Flamengo para ninguém falar que o Internacional é o favorito no duelo pelas quartas-de-final.

- Uma vez mais o Fluminense deve um triunfo ao goleiro Fernando Henrique. Um dos jogadores mais injustiçãdos pela mídia e pela torcida carioca, Fernando Henrique pode não ser o melhor goleiro do país, mas está muito longe de ser o frangueiro que muitos acham. Na Taça Libertadores de 2008, não foram poucos os jogos onde ele foi herói, assim como neste jogo pela Copa do Brasil contra o Goiás. Aos 35 minutos do 1º tempo, FH realizou, com os pés, um defesa espetacular em chute de Zé Carlos. Se a bola entrasse e o Goiás fosse para o intervalo vencendo, o jogo se desenharia complicadíssimo para o Fluzão. E tem mais! Depois que Thiago Neves abriu o placar para o Flu, no início da 2ª etapa, foi Fernando Henrique que segurou os atacantes goianos Felipe e Iarley, que infernizavam Luiz Alberto e cia. A torcida tricolor tem muito que agradecer ao seu camisa 1 pela classificação e rezar para ele conseguir para o Fenômeno. Além de Fernando Henrique, também gostei muito da atuação do meia Marquinho. Mostrando-se um jogador dinâmico, participativo, que não se esconde, Marquinho foi a principal peça do Flu nas pouquíssimas jogadas ofensivas realizadas pela equipe. Como exemplo, temos os passes que deu para Fred desperdiçar uma chance aos 18 minutos do 1º tempo e para Thiago Neves marcar o gol do Flu. O Parreira pode, e deve, usar o Marquinho mais vezes.

MANDOU MAL!

- A atuação do Fluminense esteve longe de ser digna de um time dirigido pelo Parreira. Em nenhum momento do jogo, e não estou exagerando, o Fluminense tentou manter o controle da bola para não deixar o Goiás jogar. Mesmo após abrir o placar, quando o Fluminense poderia rodar o jogo e esfriar o time goiano, preferiu rifar a bola para frente. Claro que a culpa não foi do Parreira, pois a todo momento a tv o mostrava gesticulando com as mãos, fazendo o movimento de valorizar a posse da pelota. Os culpados foram os próprios jogadores, que com um comandante do gabarito de Parreira dando as ordens, preferiram não escutá-las. Acredito que se o Flu repetir esta postura contra o Corinthians, a chance de eliminação será grande. Não que eu ache o Corinthians um time mais forte que o Fluminense, pelo contrário, acho o Flu tão bom quanto o Timão. Digo isto, pois quando qualquer time decide abdicar das jogadas ofensivas para segurar um resultado, geralmente não consegue êxito.

ENQUANTO ISSO EM SÃO PAULO…

- Como era de se esperar, o Palmeiras não encontrou facilidade ao enfrentar o Sport, em pleno Parque Antártica. Durante toda a 1ª etapa, mesmo mantendo maior posse de bola, o Palmeiras não foi superior ao time de Recife, que se encontrava muito bem postado em campo. Vanderlei Luxemburgo escalou o Palmeiras com 3 atacantes (Marquinhos, Willians e Keirrison) e com isso, Cleiton Xavier teve que jogar mais recuado, fazendo um papel de segundo volante. Como o trio de atacantes não conseguiu se entender coletivamente e Cleiton não tinha muita liberdade, o Palmeiras pouco conseguiu criar durante os primeiros 45 minutos. Já o Sport, bem organizado defensivamente, conseguia assustar um pouco a defesa alvi-verde quando o atacante Wilson pegava na bola, sendo sempre parado com faltas. Após o intervalo o Sport começou a gostar do empate e gradualmente foi desistindo do ataque. O Palmeiras, que pelo contrário não via nada de bom em empatar, buscava soluções para furar o bloqueio pernambucano, como as entradas do atacante paraguaio Ortigoza e do volante Mozart, nos lugares de Marquinhos e Willians, que realizaram péssimas apresentações. As modificação melhoraram o Palmeiras, pois Ortigoza entrou mais aceso no jogo e Mozart, que pensei entraria somente para liberar mais o Cleiton Xavier, apareceu constantemente no ataque. Aos 30 minutos o volante do Sport, Hamilton, foi expulso e, segundos depois, o Palmeiras abriu o placar em cobrança de falta de Cleiton Xavier desviada por Ortigoza. A partir de então, o Verdão pressionou bastante, tentando se aproveitar do homem a mais em campo, e conseguiu levar perigo em bolas paradas de Cleiton Xavier e em uma cabeçada na trave de Diego Souza, após lindo cruzamento de Mozart, porém a vitória veio mesmo pela diferença mínima. O jogo de volta, na panela de pressão que vai ser a Ilha do Retiro promete muito, e o Palmeiras terá que mostrar, além de muita raça, inteligência para saber a hora de segurar o jogo e de contra-atacar com velocidade. Para terminar, um rápido comentário sobre o Keirrison: o jovem palmeirense é muito bom jogador, mas é visível que a fase não está ajudando. Ele faz linda jogada e chuta... A bola passa raspando. Mais um lindo lance e ele cruza... Diego Souza perde o gol na cara. Tudo que ele faz certo, acaba dando errado.

ENQUANTO ISSO NA INGLATERRA...

- Quem assistiu ao segundo jogo entre Arsenal e Manchester United, válido pelas semi-finais da Champions League, presenciou a diferença entre um bom time e um time de outro mundo. O Arsenal, que está longe de ser uma equipe frágil, não conseguiu andar em campo. O excelente volante Fábregas não tinha espaço para pensar, Van Persie e Walcott não conseguiram mostrar um nada de seus repertórios ofensivos e Adebayour foi presa fácil para a defesa adversária. Culpa deles? Sim. Méritos do Manchester? Mais ainda. É óbvio que conseguir um placar de 2 a 0 com 11 minutos de jogo deixa qualquer equipe tranquila, e com o Manchester não foi diferente. Com o esquema armado por Alex Ferguson e os jogadores que possuem uma rara obediência tática, o Manchester torna-se quase imbatível quando joga com o regulamento debaixo do braço. Todos elogiam a fortíssima defesa formada por Ferdinand e Vidic, porém não é só a qualidade destes ótimos zagueiros que é responsável pela força defensiva da equipe. O que Rooney e Park fazem em campo é de encher os olhos de qualquer apreciador do bom futebol. Além de serem atacantes incisivos, sempre estão compondo o sistema de marcação, fechando os lados do campo. O futebol de Wayne Rooney, em particular, cada dia me encanta mais. Não importa se ele está deslocado para compor o sistema defensivo pela direita ou pela esquerda, ele realiza este trabalho com maestria, sem deixar de ser o excepcional atacante que sempre foi. Nesta partida contra o Arsenal, também gostei muito do posicionamento do brasileiro Anderson, a frente dos dois volantes e com maior liberdade para chegar ao ataque. Mesmo não fazendo uma partida espetacular, o brazuca esteve muito bem em campo. E ainda tem mais! Ainda tem Cristiano Ronaldo.

O português literalmente se divertiu em Londres e fez uma apresentação digna de melhor do mundo. O passe para o gol de Park e a bomba que colocou o 2 a 0 no placar, já estavam de bom tamanho, porém ele resolveu nos brindar com uma jogada antológica. Justiça seja feita, ele e seus companheiros. O jogo já estava praticamente decidido e o Manchester apenas esperava o tempo passar tocando a bola e, vez por outra, dando uma espetada na defesa do Arsenal. Foi quando aos 16 minutos do 2º tempo veio o lance genial. A defesa do Manchester cortou uma bola cruzada na área que caiu nos pés de Ronaldo. O português deu curto toque de calcanhar para Park que arrancou pelo meio até ultrapassar a linha central, dando açucarado passe para Rooney na ponta esquerda. O inglês, com toda sua inteligência, esperou a chegada de Ronaldo que, após ter iniciado o contra-ataque, vinha como um trovão pelo meio da área. A assitência foi perfeita. Mais perfeita ainda foi a conclusão de Ronaldo, com leve toque na saída do goleiro Almunia. Golaço. Golaço daqueles que é fruto de muita qualidade e principalmente muito treino. Para os que dizem que Cristiano Ronaldo não é decisivo, a situação parece estar mudando. Nos jogos eliminatórios anteriores, contra a Inter e o Sporting, ele deixou sua marca. Agora, dá um verdadeiro show em campo, em plena semi-final. O jogo podia ter acabado, após a obra-prima que foi o terceiro gol, mas ainda deu tempo de o Arsenal diminuir com Van Persie cobrando pênalti. Placar final: Arsenal 1 x 3 Manchester. E como todos os fãs do futebol queriam, teremos Manchester x Barcelona. Teremos Cristiano Ronaldo x Messi.

ENQUANTO ISSO NA ALEMANHA...

- O segundo duelo entre Hamburgo e Werder Bremen, pelas semi-finais da Copa da Uefa, pode não ter sido, tecnicamente, um jogão de bola. Porém, o que não faltou foi emoção. O Hamburgo havia vencido o primeiro jogo, fora de casa, por 1 a 0 e conseguiu ampliar sua vantagem ao abrir o placar logo aos 13 minutos do 1º tempo com o atacante croata Olic´. O jogo permaneceu um tempinho truncado até que, por volta de 25 minutos, Olic´ quase colocou o 2 a 0 no placar. Até então, o brasileiro Diego não havia aparecido bem, e sem ele o Werder Bremen não anda em campo. Quando decidiu começar a jogar foi um verdadeiro show. Primeiro ele tabelou espetacularmente com Pizarro e com um toquinho de classe encobriu o goleiro Rost para empatar a partida. Poucos minutos depois, em jogada individual, mandou um balaço de fora da área que fez o travessão balançar por um bom tempo. Mas aí o seu conhecido destempero deu as caras e, ao discutir com Alex Silva, recebeu um cartão amarelo que lhe tirou da final. Mesmo sem a vaga ainda estar garantida, essa punição apagou Diego em campo. Após o intervalo o jogo se tornou mais emocionante. As oportunidades de gols se alternavam e nenhuma equipe predominava em campo. Enquanto Pizarro tentava pelo Werder Bremen, Olic´ não desistia pelo Hamburgo. E quem se deu bem foi o Bremen, que contando com as colaborações do goleiro Rost e do zagueiro Gravgaard conseguiu colocar 3 a 1 no placar, com gols de Pizarro, primeiro, e depois o capitão Baumann. O Hamburgo não se entregou apesar das péssimas substituições realizadas pelo seu treinador Martin Jol, que realizou, acreditem, 3 alterações no setor defensivo. A pressão deu resultado quando Olic´, sempre ele, marcou seu segundo gol na partida. Vou repetir por aqui este comentário: o Bayern de Munique acertou em cheio ao contratar o Olic´ para a próxima temporada. Um jogador incisivo e raçudo que dá gosto ver em campo. O tempo para o Hamburgo empatar a partida, porém, era curto e a vaga ficou mesmo com o Bremen. Placar final: Hamburgo 2 x 3 Werder Bremen. Agora resta saber como a equipe verde irá se comportar sem Diego na final contra o Shakhtar Donetsk.

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