sexta-feira, 26 de junho de 2009

COPA DAS CONFEDERAÇÕES - SEMI-FINAL

EUA 2 X 0 ESPANHA
BRASIL 1 X 0 ÁFRICA DO SUL

Olá amigos do FUTEBOLA!

Sensacional a rodada semi-final da Copa das Confederações. A favoritíssima Espanha ficou pelo meio do caminho ao levar um verdadeiro nó tático dos Estados Unidos. Como é na derrota que conhecemos as grandes Seleções, veremos como a Espanha vai reagir diante desta grande decepção. Na outra semi-final, a África do Sul fez uma partida equilibradíssima contra o Brasil e por muito pouco não conseguiu um resultado histórico. O treinador Dunga, presente no duelo entre Brasil e EUA, na Copa do Mundo de 1994, já imaginava que seria difícil enfrentar um time que joga com a torcida. Acredito que isto tenha ajudado muito o Brasil na difícil vitória.

EUA 2 X 0 ESPANHA

Histórico! Assim pode ser definido o triunfo dos Estados Unidos sobre a Espanha. Em 1950, o Brasil foi palco de uma das maiores surpresas da história do futebol quando, no Estádio Independência, em Minas Gerais, os norte-americanos venceram os ingleses por 1 a 0. Na época, era a primeira Copa do Mundo disputada pela Inglaterra, os “Pais do Futebol”, e todos davam os ingleses como favoritos até para a conquista do torneio. Quase 60 anos depois, os Estados Unidos estão presente em outro jogo que ficará marcado para sempre.

Vamos entender melhor o momento vivido pela Seleção da Espanha, antes do duelo contra os EUA. A “Fúria” não perdia há 35 jogos e destes, vencido os últimos 15 sofrendo apenas 2 gols e marcando 38. Apenas adversários fáceis? Que nada. A atual Campeã Européia bateu nesta trajetória de 35 jogos de invencibilidade, Itália, Alemanha, Inglaterra, França, Rússia, Suécia, Dinamarca... Sem dúvida alguma, esta Espanha está incluída entre as grandes Seleções da atualidade e, por que não, de todos os tempos. O duelo contra os EUA, pela semi-final da Copa das Confederações, parecia valer um pouco mais para os espanhóis. Em caso de vitória, a Seleção da Espanha se tornaria aquela com maior sequência de partidas sem derrotas da história do futebol, ultrapassando o Brasil.

O jogo começa e 9 em cada 10 (pra fazer justiça ao meu amigo Ivan que disse que a Espanha iria perder) apreciadores do bom futebol apostam na fácil vitória da Espanha. Mesmo com o incisivo início dos Estados Unidos, que começaram dando trabalho ao Casillas, eu acreditava que rapidamente os espanhóis se situariam em campo e começariam a impor seu paciente estilo de jogo. Aos 26 minutos, porém, o meia Dempsey fez excelente jogada e Altidore arrematoua para o fundo do gol. Neste momento do jogo, a defesa americana já se mostrava de uma solidez impressionante mas, mesmo após o gol marcado, só passei a acreditar que os EUA poderiam vencer quando Fernando Torres, sozinho no meio de campo, dominou uma bola na canela. Ali comecei a pensar que a Espanha poderia não reverter o jogo.

As tão conhecidas paciência e controle da bola, da Seleção Espanhola, eram vistas em campo, entretanto, a “Fúria” não tinha nenhum poder de penetração. Na 2ª etapa, assim como no jogo contra o Iraque, a Espanha procurou os lados do campo para tentar furar a muralha americana. Nada conseguiram. Todo o sistema defensivo dos EUA estava ótimo, mas Onyewu e DeMerit estavam magníficos. A bola podia chegar por cima, por baixo ou em meia altura que não importava para a dupla de zaga americana. Eles estavam impecáveis e intransponíveis. E mais! Como se quisesse mostrar aos espanhóis e ao mundo que não sabiam apenas se defender, os americanos foram mais uma vez ao ataque e Dempsey, que é muito bom jogador, definiu a partida.

Nem de longe tenho dúvidas em afirmar que os EUA mereceram a vaga na final. E não tem nada daquilo de “futebol feio”, não. Sempre achei muito bonito de se ver jogar, uma equipe que sabe o que tem que fazer em campo e que, ciente de suas limitações, se esforça cada vez mais para se igualar a um adversário tecnicamente mais forte. O que fez a defesa norte-americana em campo, assim como todo o time, foi sim muito bonito.

BRASIL 1 X 0 ÁFRICA DO SUL

Amigos, deu orgulho do Joel Santana. Durante os dias que antecederam o jogo, Joel sempre disse que iria atacar o Brasil, o que causou muitos risos em quem não o considera um treinador, digamos, “sério”. Seu estilo boleiro, com sua característica prancheta, e , agora, seu inglês simples, fazem muitos engravatados da bola desdenharem dos seus métodos. Porém, Joel conseguiu dar consciência tática para a Seleção da África do Sul, o que em minha opinião é uma tarefa tão trabalhosa quanto as suas recentes façanhas com o Flamengo.

Como de bobo o Joel não tem nada, ele sabia que sua equipe só poderia atacar o Brasil se estivesse bem postada defensivamente. Jogar contra o Brasil de peito aberto não é nem um pouco aconselhável, não é Itália? Com uma defesa muito sólida e sabendo anular os principais pontos fortes do Brasil, que em minha opinião são Maicon e Kaká, a Seleção Africana pôde sair para o jogo. Foi sabendo valorizar a posse de bola ao máximo que volta e meia os sul-africanos ameaçavam Júlio César. Um chute longo do Gaxa aqui, uma cabeçada do Mokoena ali, uma bomba do Tschabalala lá, outra do Pienaar acolá e, no fim do 1º tempo, como queria Joel, a África do Sul atacou o Brasil. Para não ser injusto, o Brasil também conseguiu levar um certo perigo ao gol africano e, também, foi com chutes longos. Os arremates de Ramires e Kaká foram os mais perigosos. O maior mérito dos “Bafana Bafana” na primeira metade do jogo foi saber anular a velocidade do ataque brasileiro, ocupando sempre os espaços certos, e não abdicar do ataque em momento algum.

Após o intervalo, o jogo se manteve equilibradíssimo, apesar de os chutes ao gol terem rareado. A exceção foi uma jogada bem trabalhada pelos meias Pienaar e Modise, que diga-se de passagem são jogadores bastante criativos e referências técnica da equipe, que terminou com uma defesa de Júlio César digna do uniforme negro, semelhante ao do lendário Lev Yashin, o “Aranha Negra”. Este lance foi aos 12 minutos e, até os 42, a batalha tornou-se mais tática do que já se mostrava. Com Robinho, Kaká, Luís Fabiano e Ramires, ou seja, o quarteto ofensivo brasileiro, sem criatividade, a muralha africana parecia impenetrável. Mas eis que surgiu aquela que vem salvando a Seleção Brasileira com frequência: a bola parada. Daniel Alves, que havia acabado de entrar em campo, cobrou com perfeição uma falta sofrida por Ramires. Que golaço! Que estrela! O que Dunga vai fazer para colocar Maicon e Daniel Alves em campo?

Os que não assistiram ao jogo, que devem ter sido muitos, já que o horário não foi dos melhores, podem querer meter o pau na Seleção por ter vencido a África do Sul por apenas 1 a 0. Não devem. A África do Sul fez uma partida sensacional e soube muito bem tirar a força que seus torcedores, com suas ensurdecedoras cornetas, mandaram das arquibancadas. Provavelmete Joel Santana deve estar satisfeto com o desempenho de sua equipe, mas vencedor do jeito que é, deve estar lamentando o fato de quase ter feito história.

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