sexta-feira, 30 de abril de 2010

FIGURINHA CARIMBADA - KRUGER



Nome: Dirceu Krüger

Data de nascimento: 11 de abril de 1945

Posição: meia

Clubes:

Britânia – PR (1963 até 1965)
Coritiba (1966 até 1976)

Títulos:

Campeonato Paranaense – 1968, 1969, 1971, 1972, 1973, 1974 e 1975 – Coritiba

Destaques:

- Dirceu Krüger talvez seja o maior ícone da história do Coritiba, clube que é sua segunda casa – seria a primeira? – há mais de 40 anos. Após terminar sua vida de jogador, em 1976, Krüger já exerceu diversas funções no Coxa, trabalhando com profissionais e com a divisão de base. Mas no início de sua vida no futebol, ele não foi tão “bonzinho” com o clube alviverde. Aos 19 anos, atuando pelo já extinto Britânia, Krüger infernizou não só o Coritiba, mas também o Atlético e o Ferroviário, na época o trio-de-ferro curitibano. Em um duelo contra o Coritiba, ele deixou o zagueirão Nico, um dos pilares da equipe do Coxa, sentado no chão com um leve e sutíl drible. E assim era o futebol de Krüger, um canhoto de muita leveza, velocidade e precisão nos passes e chutes, estilo que lhe renderia mais tarde o apelido de “Flecha Loira”. Provavelmente o Coritiba já estava de olho no futebol do jovem Krüger há um tempo, mas o fato é que um mês após o drible desconcertante no zagueiro Nico ele foi contratado pelo clube que até hoje, 44 anos depois, conta com sua dedicação.

- Os primeiros dias de Krüger no Coritiba foram inacreditáveis. Em 27 de fevereiro de 1966, data de sua estréia, o rival seria o forte Grêmio, que entre 1956 e 1968 conquistaria nada menos do que 12 títulos gaúchos, em uma partida amistosa. O Grêmio vencia a partida por 1 x 0 quando, aos 44 minutos do 2º tempo, o estreante Krüger driblou ninguém menos do que Aírton Pavilhão, maior defensor da história do Grêmio, e empatou o placar. E teve mais! Nas sete partidas seguintes que disputou, o “Flecha-Loira” sacudiu o filó em todas elas.

- Se o ano de 66 foi bom para Krüger, o de 68 seria ainda melhor. Logo no início do ano, ele e seus companheiros teriam pela frente o Santos. A equipe santista, que seria Tri-Paulista (67/68/69), não poderia contar com Pelé para o duelo em Curitiba. Entretanto, mesmo sem a presença do “Rei”, o Santos era um time do mais alto nível. Ou vocês acham que um onze que contava com Orlando Peçanha, Lima, Rildo, Toninho Guerreiro e Edu, não era forte? Pois bem, diante de tão valoroso rival, o Coritiba conseguiu uma grande vitória por 3 x 1, com o último gol alvi-verde tendo entrado para a história. Após o Santos diminuir o placar para 2 x 1, aos 44 minutos do 2º tempo, o jogo poderia se complicar para o Coritiba. Porém, logo após a saída de bola, Krüger e Wálter, uma dupla inesquecível para o torcedor coxa-branca, foram tabelando desde o grande círculo até o gol santista e Wálter fechou o marcador. Em 1968, Krüger ainda se tornaria Campeão Paranaense, após uma final contra o rival Atlético que foi decidida somente aos 45 minutos do 2º tempo, com um gol de seu companheiro Paulo Vecchio dando o empate e o título ao Coxa. Vale ressaltar que na primeira partida da decisão, vencida pelo Coritiba por 2 x 1, Krüger foi o autor do segundo gol alvi-verder. No final do ano, para comemorar o título paranaense, o Coritiba enfrentou a Seleção Brasileira no jogo da entrega das faixas. Diante de Rivelino, Gérson, Paulo César Caju, Jairzinho e Pelé, o Coxa fez um excelente jogo e só foi derrotado aos 44 minutos da 2ª etapa, quando Zé Carlos colocou 2 x 1 no placar. Uma das maiores honras da carreira de Krüger foi ter sido o capitão do Coritiba nesta partida.

- No dia 11 de abril de 1970, justamente no dia de seu aniversário, Krüger recebeu um verdadeiro presente de greco. Em um duelo contra o Água Verde-PR, o meia dominou um passe no peito e, ao tentar encobrir o goleiro Leopoldo, acabou se chocando com o adversário. A pelota ultrapassou a linha do gol, mas os torcedores coritibanos não comemoraram. O motivo? Krüger estava estendido no chão. O ídolo alviverde foi diretamente para o hospital e foi constatado que suas alças intestinais haviam se rompido. Para se ter idéia da gravidade do quadro, o jogador chegou a receber extrema-unção no hospital. Porém, aos poucos, com o apoio de todos os torcedores, não só os do clube que defendia, Krüger foi se recuperando e voltou ao futebol. Acreditem, amigos, apenas sete meses após ter recebido extrema-unção, ele voltou aos gramados em uma excursão pelo mundo. Nesta excursão, o “Flecha-Loira” marcaria um dos gols mais bonitos da sua carreira, na vitória por 4 x 1 contra a Seleção da Argélia, ao driblar quatro defensores e chutar quase sem ângulo. Apesar de continuar sendo um jogador de extrema importância para o Coritiba, como mostrou o Campeonato Paranaense de 1972, quando ele marcou o gol do título contra o Atlético (a final foi realizada em dois jogos, com vitória do Coritiba por 1 x 0 e depois empate em 0 x0), a contusão abdominal incomodava muito o craque. Foi por este motivo, as dores e o medo de piorar a situação, que Krüger, o “Flecha-Loira”, grande ídolo do Coritiba, abandonou os gramados em 1975.

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