domingo, 18 de abril de 2010

TAÇA RIO - FINAL

Flamengo 1 x 2 Botafogo – Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)

Com uma atuação pra deixar seus torcedores orgulhosos o Botafogo venceu o Flamengo na decisão da Taça Rio e conquistou o título carioca sem a necessidade dos jogos finais e com todos os méritos.

Desde o apito inicial até a metade da 1ª etapa, o Botafogo, em minha opinião, jogou seus melhores minutos no ano de 2010. Com muita força na marcação, o Fogão não deixava o Flamengo respirar em campo e ainda conseguia criar suas oportunidades de abrir o placar. Comandado pelo meia Renato Cajá, que fazia ótima partida, o Alvi-Negro se aproveitava dos já rotineiros buracos no sistema defensivo do Fla e assustava o goleiro Bruno. Aos 21 minutos, Ronaldo Angelim ignorou as palavras do juiz Gutemberg de Paula Fonseca, que havia chamado a atenção dos jogadores que se agarravam na área, e, após a bola ser cruzada, cometeu pênalti em Fábio Ferreira. Na cobrança, Herrera não arriscou e colocou a pelota no meio do gol e o Fogão em vantagem. Daí até o final da etapa, o Bota recuou buscando explorar os contra-ataques que não ocorreram e, com isso, o Flamengo passou a rondar a área do goleiro Jefferson. A entrada do meia-ofensivo Vinícius Pacheco no lugar do volante Toró, logo aos 24 minutos, deixou o Flamengo mais impetuoso. Uma cabeçada do Angelim, outra do Adriano e um velotrol do mesmo Adriano passaram perto da meta alvi-negra e o Fla, sempre pelos lados do campo, se postava melhor ofensivamente. Aos 45 minutos, após belíssima jogada de Michael pela direita, a bola sobrou nos pés de Vagner Love e o artilheiro do Cariocão não perdoou. O Botafogo poderia ter controlado melhor a posse de bola e sua vantagem, mas deixou o Flamengo crescer em campo e a bobeada no finalzinho da 1ª etapa poderia atrapalhar as pretensões da equipe de conquistar o Estadual já neste jogo.

A vontade do Fogão de conquistar o caneco sem precisar disputar mais dois jogos ficou comprovada quando Joel, aos 13 minutos, colocou o talismã Caio no lugar do apenas esforçado Túlio Souza. Se antes do intervalo o principal ponto positivo do Fogão era a marcação, e quem mais sofreu com ela foi o lateral-direito do Fla Léo Moura, muito bem vigiado pelo improvisado Somália, esta alteração poderia diminuir o poder defensivo alvi-negro. Porém, como diz o ditado, “quem não arrisca, não petisca”. Se o Bota queria o título, precisava arriscar. Caio não entrou como de costume, mas com ele, Herrera, Loco Abreu, e Edno, que logo depois entrou no lugar de Renato, o Botafogo não teria como não buscar o ataque. A medida que o tempo passava, o jogo se tornava mais quente. Aos 19 minutos Vinícius Pacheco, que entrou muito bem e tornou o lado esquerdo do Flamengo a melhor opção de ataque da equipe, deu uma linda arrancada e deixou Love na cara do gol, mas Fábio Ferreira, que diga-se de passagem teve uma excelente atuação, salvou o Fogão. A resposta do Bota não tardou. Se neste jogo o uruguaio Loco Abreu não estava sendo bem acionado pelo alto, os defensores do Flamengo foram responsáveis por transformar as bolas aéreas alvi-negras em gols. Aos 26 minutos, em nova bola alçada na área, o experiente e sempre tranquilo Maldonado agarrou Herrera, cometeu um pênalti infatil, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Herrera até tomou a iniciativa de cobrar novamente, mas a responsabilidade ficou com Loco Abreu que, com toda a categoria do planeta, deu uma cavadinha e colocou o Fogão novamente em vantagem. Novamente o Botafogo teria espaços para contra-atacar, com o agravante de contar agora com os velozes Caio e Edno. Porém, praticamente não deu nem tempo de o Bota se organizar para os contra-golpes e Fahel abraçou Ronaldo Angelim na área, cometendo o terceiro pênalti da partida. Pela marcação da penalidade, o argentino Herrera cuspiu abelhas africanas e foi expulso por reclamação. Opinando sobre a atuação do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, acredito que ele teve uma excelente performance em uma partida que foi muito difícil de ser apitada e, em nenhum momento, mudou sua postura dentro do jogo. Também deve estar incluído dentro dos elogios ao juiz o fato de ele ter acertado na marcação das três penalidades e das duas expulsões. Voltando ao jogo, o triste Adriano foi o encarregado de cobrar a penalidade e empatar o placar para o Flamengo, tarefa que ele não conseguiu cumprir. Com uma cobrança de péssima qualidade, o “Imperdor” desperdiçou o pênalti e consagrou o goleirão Jefferson.

A penalidade perdida fez o Flamengo se perder ainda mais em campo e o Botafogo podia ter matado a partida em dois contra-ataques, sendo que no segundo deles, aos 38 minutos, o Caio perdeu um gol sem goleiro. Aos 40 minutos, Andrade resolveu colocar Petkovic em campo e foi o gringo que fez o torcedor botafoguense arrancar todas as suas unhas. Desde seu retorno ao Flamengo, Petkovic vem vestindo a camisa 43, pois foi aos 43 minutos do 2º tempo que ele marcou o lendário gol de falta contra o Vasco, que deu ao Fla o título carioca de 2001. Pois então, novamente aos 43 minutos, o Flamengo teve uma falta ao seu favor e Pet teria a chance de se tornar mais ídolo ainda da nação rubro-negra. E tem mais! Se conseguisse balançar as redes, o gringo colocaria 2 x 2 no placar, resultado que traz excelentes lembranças recentes para os rubro-negros em duelos contra o Fogão. De nada adiantou para o Fla as coincidências. A falta de Pet bateu na trave e ainda deu tempo de Somália e Jefferson salvarem o Botafogo em mais duas outras oportunidades.

Finalmente aos 48 minutos veio o apito que deu fim ao jogo, ou melhor, ao jogaço e libertou o grito de Campeão preso nas gargantas alvi-negras fazia três Cariocas consecutivos. O Fogão teve diversas virtudes na partida que lhe garantiu a histórica conquista. Considero aos aplicações na parte tática e na marcação como duas grandes qualidades deste mais novo Campeão Carioca, porém o que me encheu os olhos foi a vontade mostrada por cada jogador alvi-negro. No dia 13 de janeiro escrevi aqui mesmo no FUTEBOLA o seguinte comentário: “Analisando o conjunto formado pelos jogadores que permaneceram e os que foram contratados pelo Fogão, de uma coisa o torcedor alvi-negro pode ter certeza: não vai faltar raça e força de vontade neste time. Alessandro, Antônio Carlos, Leandro Guerreiro, Herrera e Loco Abreu, só para citar alguns, são jogadores que colocam o coração na ponta da chuteira.”. Amigos, foi essa garra que fazia os jogadores vibrarem em cada lateral conquistado, em cada bola roubada, em cada segundo do jogo. Foi essa garra que tornou o Glorioso o Campeão Carioca de 2010.

PARABÉNS, FOGÃO!!!

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