quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CAMPEONATO CARIOCA 2011 - TAÇA GUANABARA 5ª RODADA

GRUPO A
Boavista 0 x 1 Resende
América 3 x 1 Americano
Flamengo 1 x 0 Nova Iguaçu
Vasco x Volta Redonda – quinta-feira

GRUPO B
Maduereira 2 x 1 Cabofriense
Olaria 1 x 1 Macaé
Bangu 1 x 1 Botafogo
Fluminense x Duque de Caxias – quinta-feira


Flamengo 1 x 0 Nova Iguaçu – Engenhão

A estréia do Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo foi uma mistura de tensão e alegria. Desde a recepção de arrepiar que a torcida preparou para o craque até o alívio final, passando por uma partida duríssima, suada, apertada e que só foi decidida com um gol do “Ladrão de Estréias” Wanderley, aos 40 minutos do 2º tempo. Depois de balançar as redes duas vezes na estréia do Thiago Neves, Wanderley “roubou” a estréia do Ronaldinho e começa a se tornar o mais novo xodó da torcida rubronegra. Vamos ver como os jogadores do Mengão se comportaram neste difícil duelo contra o organizado e aplicado Nova Iguaçu.

Felipe: Diante da postura do Nova Iguaçu de se defender quase integralmente e buscar somente os contra-golpes o goleiro Felipe pouco trabalhou na partida.

Léo Moura: Mais uma bela atuação do Léo Moura, um dos poucos jogadores que consegue estar voando fisicamente no início da temporada. Mesmo contando com a presença cada vez maior de jogadores com destacadas qualidades ofensivas, Léo Moura continua sendo uma das mais importantes armas do Flamengo. Bastante acionado durante a partida, Léo Moura deu um banho de bola no seu marcador, o lateral-esquerdo Cortez, e construiu boas jogadas de ataque.

Welinton: Assim como o goleiro Felipe, pouco participou da partida devido à postura retraída do adversário.

David Braz: Mais participativo do que seu companheiro de zaga, David Braz conseguiu impedir alguns dos raros ataques do Nova Iguaçu e demonstrou um força de vontade que vem se tornando uma marca registrada.

Renato: Completamente perdido na lateral-esquerda, pouco apoiou ofensivamente, aparecendo bem somente ao finalizar um espetacular tabelinha entre o Ronaldinho e o Deivid. Já defensivamente, mostrou que se permanecer atuando no setor o Flamengo pode ter uma “Avenida Renato Abreu” em campo, pois espaços em suas costas não vão faltar. Na parte final da partida, com a entrada do Egídio no lugar do Maldonado, Renato passou a atuar de meio-campo e, pela meiúca, participou da organização da jogada que resultou no gol da vitória. Coincidência? Creio que não. Renato é um ótimo volante para ser sacrificado na lateral-esquerda.

Willians: Um verdadeiro leão em campo. Por atuações como esta contra o Nova Iguaçu que o torcedor rubronegro adora encher os pulmões e gritar: “Willians!!! Willians!!! Willians!!!”. Se ele comete algumas faltas bobas e erra passes mais bobos ainda, tudo isto é facilmente esquecido diante da raça, garra e dedicação deste volante. Foi o principal responsável por o Nova Iguaçu não ter obtido sucesso na maioria dos seus contra-ataques.

Maldonado: Até por não possuir o vigor físico do seu companheiro Willians, o chileno apareceu menos na partida. No entanto, sua participação à frente da defesa é, e deverá ser por um bom tempo, muito importante para o Flamengo.

Vander: Não repetiu suas boas atuações que deixaram o torcedor flamenguista perguntando: “Quem é este garoto bom de bola que joga com a camisa 20?” Muito apagado ofensivamente, Vander não ajudou nem um pouco o ataque na árdua missão de furar a retranca laranja.

Thiago Neves: Se não foi brilhante como no lençol aplicado em Fernando Prass no último domingo, Thiago Neves nem passou perto de realizar uma partida ruim. O meia correu bastante, ajudou na marcação, tentou organizar jogadas de ataque, teve participação direta no gol da vitória, permaneceu em campo durante os 90 minutos, pediu o apoio da torcida quando a partida estava 0 x 0 e o time não podia relaxar... Pouco a pouco o craque começa a se sentir em casa com a camisa rubronegra.

Ronaldinho Gaúcho: Não foi a estréia dos sonhos, porém está longe de ser considerada a estréia dos pesadelos. Recebido de maneira inesquecível pelo torcedor rubronegro que entupiu o Engenhão, Ronaldinho apresentou um futebol de ótimo nível, se mostrou muito perigoso nas bolas paradas, deu um punhado de passes precisos e foi figura importantíssima na vitória flamenguista. Na fase final da partida, quando sua nada ideal forma física poderia se fazer sentir mais intensamente, Ronaldinho surpreendeu e continuou correndo, participando e tentando levar sua equipe à vitória, como em duas boas assistências que deu para o Thiago Neves e para o Léo Moura. Elogios para o estreante à parte, gostaria de aproveitar o espaço que falo do Gaúcho para discordar de sua escolha para capitão do Flamengo e de sua participação em alguns lances de bola parada. Não sei se por opção do Luxemburgo ou por ordem “que vem de cima”, o Ronaldinho “ganhou” a braçadeira de capitão do Léo Moura. Não é nada, não é nada, o Léo Moura já possui cinco anos de casa e merecia mais consideração. Sobre as bolas paradas, até entendo a vontade do Ronaldinho de participar do maior número possível de lances ofensivos, já que ele está doido para retribuir o carinho da torcida, no entanto, neste duelo contra o Nova Iguaçu surgiram lances de bola parada que devido à distância deveriam ser cobrados pelo Renato Abreu e outros que por causa da localidade eram favoráveis ao canhoto Thiago Neves. Apesar de sua reconhecida qualidade neste tipo de lance, o Gaúcho não deveria monopolizar as bolas paradas do Flamengo.

Deivid: Mais uma atuação que irritou os torcedores. Por causa de sua apatia e falta de vibração não estava atento quando era procurado em algumas jogadas, principalmente nos “passes surpresas” do Ronaldinho. Pelo futebol que vem mostrando, a briga pela vaga de homem-gol do Flamengo será entre Diego Maurício e Wanderley.

Bottinelli: Meio perdido em campo errou passes que um armador não pode nem pensar em errar. Apesar de parecer ter qualidade técnica precisa estar mais focado nas jogadas que tentar.

Wanderley: Não direi que foi o dono do jogo pois Willians, Léo Moura, Thiago Neves e o próprio estreante Ronaldinho, participaram intensamente da partida e também merecem ser tratados como protagonistas. No entanto, é impossível não destacar o gol histórico marcado por Wanderley. Sim, foi um gol histórico, afinal sempre que forem comentar a estréia do Ronaldinho pelo Flamengo em um lotado Engenhão vão lembrar do gol do Wanderley. Um gol que foi marcado porque, diferente do Deivid, Wanderley estava vibrando, correndo e com muita atenção no jogo. Se manter o ritmo, vai cair de vez nas graças da galera.

Egídio: Entrou no fim da partida, mas o pouco tempo que esteve em campo foi suficiente para participar da troca de passes que originou o gol do Wanderley.

Nova Iguaçu: A equipe comandada, ou melhor dizendo, muito bem comandada pelo técnico Josué Teixeira fez um papel melhor do que dela se esperava. E se o meia Alex Faria não tivesse bobeado feio e perdido um gol livre, leve e solto logo no começo da partida o Nova Iguaçu poderia estar vivendo o dia mais importante de sua história. Pode-se dizer que a idéia de segurar o Flamengo e contra-atacar com velocidade obteve 50% de sucesso, pois se a equipe laranja dificultou ao máximo os fortes ataques rubronegros e só sofreu um gol no fim, não conseguiu, exceto o lance que originou o gol desperdiçado pelo Alex Faria, contra-golpear com qualidade. No final das contas, creio que os comandados do Josué Teixeira, e o próprio, estão satisfeitos, pois muitos dos que iniciaram a partida prevendo uma goleada do Fla devem ter dito, após o apito final: “Como foi difícil vencer o Nova Iguaçu!”

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