terça-feira, 30 de julho de 2013

UM PAÍS DE INTERINOS

Conhecem aquela criança que não sabe brincar e quando começa a perder no videogame aperta o reset para começar tudo de novo? Ou aquele rapazola que na primeira discussão com a nova namorada já decide chutar o balde? Pois assim se comportaram os dirigentes do Fluminense ao demitirem Abel Braga. Na verdade, assim são todos os cartolas tupiniquins, capazes de demitir incríveis 10 técnicos em apenas nove rodadas disputadas do Brasileirão. A vida de treinador é um verdadeiro salve-se quem puder.

Mas falemos exclusivamente de Abel Braga. No comando do Tricolor desde junho de 2011, Abelão montou o time que se sagrou Campeão Brasileiro no ano passado com apenas cinco derrotas em 38 jogos, sendo duas delas após já ter conquistado o caneco. Neste ano, com os mesmos nomes de 2012, mas não o mesmo futebol, o Flu não conseguiu confirmar o seu favoritismo na Libertadores e, já sem poder contar com Wellington Nem e Thiago Neves, emplacou uma sequência de cinco derrotas consecutivas após a volta das “férias” da Copa das Confederações. Na zona de rebaixamento do Brasileiro, era a hora de dirigentes, comissão técnica e jogadores sentarem para uma conversa séria. Hora de botar a cabeça para funcionar e consertar os problemas.

Problemas que ocorrem com os jogadores – vide as seguidas paçocadas de Diego Cavalieri, a piora do sistema defensivo que nunca foi lá essas coisas, a estúpida expulsão de Fred contra o Vasco e a ausência de Deco, que ocorre até quando ele se faz presente – e com o treinador. Sim, por mais desnecessária que possa parecer esta afirmação, Abel Braga também pode passar por períodos ruins, fazer escolhas que não funcionam, estar psicologicamente em baixa...

No entanto, Abelão não teve tempo para se reencontrar, para buscar diferentes formas de se motivar e de motivar seus comandados, novas alternativas táticas ou remontar seu elenco. Já chegou Luxemburgo. Ao mesmo tempo com o status de salvador da pátria e a corda no pescoço, pois, no Brasil, todo treinador é interino, mesmo que se prove o contrário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário