sábado, 31 de maio de 2014

JOGOS INESQUECÍVEIS DO BRASILEIRÃO - ATLÉTICO MINEIRO X SÃO PAULO - 1977

Atlético Mineiro 0 (2) x (3) 0 São Paulo

Campeonato Brasileiro de 1977 – Final

Mineirão, Belo Horizonte (MG)

05 de março de 1978

Público: 102.974

São Paulo: Waldir Peres; Getúlio, Tecão, Bezerra e Antenor; Chicão, Teodoro (Peres) e Darío Pereyra; Viana (Neca), Mirandinha e Zé Sergio. Técnico: Rubens Minelli.

Atlético Mineiro: João Leite, Alves, Márcio, Vantuir e Valdemir, Toninho Cerezo, Ângelo e Marcelo (Paulo Isidoro), Serginho, Caio (Joãozinho Paulista) e Ziza. Técnico: Barbatana.

O Brasileirão de 1977 seria decidido em jogo único. Para o famoso “torcedor de tabela”, aquele que baseia suas mais profundas análises na tábua de classificação, o Atlético Mineiro era grande favorito ao título, já que chegava invicto à final contra o São Paulo, tendo liderado todos os seus grupos nas três fases anteriores. No entanto, desde um certo 16 de julho de 1950, nós, brasileiros, sabemos que não se deve apontar favoritismo em um jogo decisivo entre dois gigantes.

Se o Atlético tinha o goleirão João Leite, o São Paulo tinha o goleiraço Waldir Peres. Se o Atlético tinha a categoria de Toninho Cerezo, o São Paulo tinha a classe de Darío Pereyra. Se o Atlético podia apostar na impetuosidade do garoto Paulo Isidoro, o São Paulo tinha os dribles incandescentes do jovem Zé Sérgio. E se o Atlético não iria poder contar com o imparável Reinado, artilheiro do torneio com 28 gols, o São Paulo também não teria na sua escalação o matador Serginho Chulapa, vice-artilheiro, com 18 tentos.

Ambos os atacantes estavam suspensos, e não seria exagero colocar a maior parte da culpa da falta de bolas no barbante durante os 120 minutos do confronto (tempo normal e prorrogação) na conta das ausências de Reinaldo e Serginho. O empate mudo levou a decisão para a disputa de pênaltis. João Leite defendeu as duas primeiras cobranças tricolores (Getúlio e Chicão) e colocou o Galo à frente, mesmo com o desperdício de Toninho Cerezo, pois Ziza convertera o seu. O são paulino Peres e o atleticano Alves também foram às redes. Os mineiros estavam ainda mais próximos do caneco.


Foi aí que veio a reviravolta. Enquanto Antenor e Bezerra transformaram em gols para o Sampa as suas batidas, Joãozinho Paulista e Márcio mandaram as suas por cima da meta. Fim de papo. A histórica campanha invicta e o Mineirão com mais de 100 presentes não foram suficientes para deixar a taça em BH. Ela pegaria o avião para o Morumbi, paparicada pelos grandes campeões de 1977.

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