Nosso passado no esporte faz com que sempre duvidemos da
integridade dos que dirigem a confederação, as federações e os clubes
tupiniquins. Aos olhos dos que estão de fora, quem está no comando é suspeito
de falcatrua. Porém, como se não bastasse esta suspeita moral, os dirigentes do
nosso futebol se esforçam diariamente para se tornarem alvos de outro tipo de suspeita:
aquela em relação à capacidade intelectual para exercer sua função profissional. Se não,
vejamos o Flamengo.
Uma das primeiras medidas da atual gestão ao assumir, no
início de 2013, foi cortar gastos com a saída do atacante Vagner Love. Quase um
ano depois, a conquista da Copa do Brasil e a homenagem da torcida ao seu pequenino
filho, então com problemas de saúde, faziam a relação entre a torcida e o
volante Elias atingir o ápice. No entanto, novamente por motivos econômicos, a
diretoria deixou Elias escapar. Sabemos que a situação financeira do clube não
é nada confortável, mas como que uma diretoria que foi apresentada como o suprassumo
do conhecimento em economia não encontra uma melhor alternativa para economizar
do que perder ídolos?
E o que falar dos elevados preços dos ingressos? Desde os treinos
em campo aberto na Rua Paissandu, na década de 1910, que o Flamengo começou seu
caminho para se tornar o clube mais popular do país. O custo abusivo para ver o
time jogar é uma atentado à história do clube. E a declaração do dirigente
Eduardo Baptista de que “por contrato, o Flamengo iria pagar para jogar se
colocasse 60 mil torcedores pagando 10 reais cada” é um atentado à
inteligência. Por que diabos um clube com mais de 30 milhões de torcedores faz
um contrato no qual não é benéfico ter um estádio cheio?
E como a cereja do bolo – que o torcedor flamenguista reza para não virar um bolo de cerejas – veio a demissão do treinador Jayme de
Almeida. Apesar de a demissão ilustrar como o clube se encontra à deriva, o
grande problema foi a maneira suja com a qual Jayme foi tratado, tomando
conhecimento da situação através da imprensa. No entanto, vale lembrar, amigos,
que o Flamengo aqui foi um exemplo. Os rivais não podem abrir nenhum sorriso
pelas bolas fora da diretoria rubro-negra, pois problema é geral e atinge todo
o futebol brasileiro.
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