terça-feira, 23 de setembro de 2014

CORAGEM, REPÓRTER!


Pipocam pelas TVs programas cujo principal objetivo é fazer o entrevistado, geralmente uma “celebridade”, passar vergonha. O intuito é jogar a maior quantidade de sal possível na ferida do outro para ganhar mais ibope. Apesar de não ser fã do gênero, confesso sentir falta deste estilo por parte da imprensa esportiva.

Dentre os convocados por Dunga na última semana, os nomes mais surpreendentes foram justamente as duas novidades: os laterais Dodô e Mario Fernandes, este jogador do CSKA de Moscou desde 2012. Tenho uma forte impressão de que Dunga (assim como a maioria dos treinadores brasileiros) não acompanha os principais campeonatos europeus. Esta forte impressão se torna certeza absoluta quando a liga em questão é a russa. Por que diabos nenhum repórter tem a coragem de perguntar ao Dunga quantos dos 58 jogos que Mario Fernandes fez com a camisa do CSKA ele assistiu antes de decidir pela convocação?

Da Seleção para o Brasileirão. No último fim de semana, a vitória de virada do Corinthians sobre o São Paulo foi repleta de lances para os comentaristas de arbitragem exalarem, por horas e mais horas, o bom senso que eles não exibiam tão vigorosamente quando vestiam preto. Com dois pênaltis e um cartão vermelho contra, os tricolores cuspiram abelhas africanas e, Mano Menezes, treinador corintiano, soltou que “os árbitros erram e acertam, a favor e contra”. Logo Mano Menezes, que passa os 90 minutos e mais os acréscimos tentando apitar o jogo da área técnica e não aguenta uma derrota de sua equipe sem culpar os árbitros. Cadê o peito de algum jornalista para questionar o Mano sobre o assunto, ali mesmo, ao vivo, diante de tudo e de todos?

Sem dúvidas criticar nas páginas do jornal, nas ondas do rádio e nos programas televisivos é válido, mas já passou do momento da imprensa esportiva não aceitar calada algumas falácias de jogadores que simulam e juram não, de treinadores que não sabem perder e dirigentes que não sabem fazer nada.

Um comentário:

  1. Repórteres esportivos, especificamente o futebol: é de DOER de ver as perguntas que são feitas durante as coletivas. É bizarro!!! O camarada pensa que pelo fato de gostar de futebol é suficiente para ser um jornalista. O futebol de hoje tem o jornalismo que merece, ou seja, fraco. http://www.euvistoacamisadogalo.com.br/

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