terça-feira, 22 de outubro de 2013

FAZER O SIMPLES TAMBÉM PODE DAR CERTO

Muito se fala na ausência de inovações táticas no futebol brasileiro dos tempos recentes, o que acaba por tornar os jogos muito parecidos e, rodada após rodada, vemos apenas mais do mesmo. Não seria tão radical a este ponto, e consigo enxergar alguns trabalhos refinados e interessantes nos últimos meses – Tite (Corinthians), Cuca (Atlético Mineiro) e Oswaldo de Oliveira (Botafogo). No entanto, acredito que, em certos momentos, a simplicidade tática é essencial para o bom funcionamento de uma equipe. Vejamos os casos de Vasco e Fluminense, ambos em situação pra lá de preocupante no Brasileirão.

Desde a 21ª rodada, o Vasco se encontra ou na zona de degola ou na beirada dela. Quando Juninho Pernambucano não está em campo, o Cruz-Maltino é de uma fraqueza técnica de dar dó. Uma maneira de amenizar tal fraqueza técnica seria investir em uma estrutura tática simples, que não rendesse mais problemas do que a equipe já tem e pudesse ser facilmente repetida. Em outras palavras, o Vasco deveria ser um time de totó, com os jogadores a ter funções de fácil compreensão e execução. No entanto, Dorival Júnior tenta fazer de Pedro Ken um regista (o meio-campista que se posiciona à frente dos zagueiros para iniciar as tramas de ataque, à la Pirlo) e de Dakson, Jhon Cley e até Montoya um “falso nove”, ao invés de utilizar um homem de referência na área. 

No Fluminense, que não vence há seis jogos e se encontra em queda livre na tabela, Vanderlei Luxemburgo não faz por menos. Uns podem defender o Luxa com a afirmação de que o departamento médico tricolor vive cheio. No entanto, vejo este como apenas mais um motivo para evitar invenções, improvisações e mudanças constantes. Mais do que nunca, o Flu precisava ter uma forma de jogar simples e definida, onde a alteração de nomes não influenciasse o já baixo rendimento. O que se vê, todavia, é Rafinha, que nem é lateral, jogar nas duas laterais; Edinho se alternar entre volante e terceiro zagueiro; Rhayner se movimentar de forma aleatória em campo; o lateral-direito Bruno jogar até de meia; Rafael Sóbis ora aberto, ora como referência... Fora quando Luxemburgo não decide realizar as três substituições possíveis ainda no intervalo.


Amigos, o futebol pode até não ser como dizia Neném Prancha, o “Filósofo do Futebol” – “o futebol é muito simples: quem tem a bola, ataca; quem não tem, defende”. Contudo, parece que tem gente que gosta de complicar...  

Um comentário:

  1. O problema é material humano. A mediocridade é tanta, que vemos jogadores a todo momento reando fundamentos básicos do futebol, como por exemplo: cobrar um escanteio.

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