quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

COPA LIBERTADORES 2012 - FASE DE GRUPOS - LANÚS X FLAMENGO

Lanús (ARG) 1 x 1 Flamengo – La Fortaleza, Buenos Aires (ARG)

Com um exército defensivo que contava com quatro zagueiros e quatro volantes, o Flamengo saiu na frente contra o Lanús, permitiu o empate e volta da Argentina com o objetivo – pequeno? – cumprido.

Sem poder contar com seu jogador mais famoso no Planeta Bola, o Campeão Mundial de 2006 com a Seleção da Itália Mauro Cammoranesi, o Lanús estreou na Libertadores 2012 organizado pelo técnico Gabriel Schürrer no 4-3-3 com: Marchesín; Araujo, Goltz, Braghieri e Bulbi; Ledesma, Fritzle e Pereyra; Valeri, Pavone e Neira. Para encarar a pressão de enfrentar um argentino fora de casa, Joel Santana adotou a cautela e mandou uma equipe com quatro volantes para o duelo e esquematizada no 4-4-2 com: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz e Junior Cesar; Willians, Aírton, Maldonado e Renato; Ronaldinho e Deivid.

Os primeiros minutos após o apito inicial serviram para provar o que todos já sabiam após a divulgação do onze inicial rubro-negro: o Flamengo jogaria para empatar. Todo recuado e repleto de volantes, o Fla passou a primeira meia hora de jogo se esgoelando para tentar neutralizar o bom futebol apresentado pelos argentinos, com destaque para o meia-atacante Neira, que distribuiu bons passes e chegou a acertar o travessão. Quando o intervalo já pedia passagem, veio o lance mais improvável de todos. Não, não quero dizer que o gol do Flamengo foi improvável, muito menos o fato de ele ter sido marcado pelo Léo Moura, melhor jogador flamenguista na temporada. O imprevisível foi o tento ter sido marcado após uma longa troca de passes dos flamenguistas, desde o campo de defesa até o tiro fatal. O lance – vale ressaltar que falo somente deste lance – foi digno do Barcelona atual.

Se o empate mudo já satisfazia Joel Santana e seus comandados, imaginem a vantagem gigantesca – pura ironia – de um gol. Pois o Fla armou um ferrolho daqueles e o que mais se via era rubro-negro espinafrando a redonda para onde o nariz apontava. Foram dez, quinze, vinte, vinte e cinco minutos de um Lanús sem a mesma qualidade do 1º tempo e um Flamengo que era só transpiração. Até que, aos 29 minutos, Junior Cesar entrou numa dividida como se estivesse em um amistoso de fim de ano, mas como o jogo era de Libertadores, o lance terminou com o atacante Carranza, que entrara havia segundos, sacudindo o véu da noiva. Já com Bottinelli no lugar do Aírton, diga-se de passagem em uma jornada segura e correta, o Flamengo resolveu tentar colocar a bola no chão e organizar tramas ofensivas. Porém, já era tarde demais e o máximo que conseguiu foi duas finalizações, uma delas lunar, do Bottinelli.

Pelo visto, o eterno duelo entre o Futebol-Arte e o Futebol-Resultado habitará a cuca dos torcedores rubro-negros nesta nova “Era Joel”. Desta vez, o desejo do treinador e, vale deixar claro, de todo o time, era o empate. Ele veio. Agora resta saber se as vitórias em casa virão. Teremos que esperar os próximos capítulos desta Libertadores que não começou nada fácil para os brasileiros.

3 comentários:

  1. Uma ressalva, caro cronista:
    "Digno do Barcelona atual", não... "Digno do Flamengo de 1981, comandado pelo Galinho de Quintino, um dos maiores jogadores de todos os tempos..."

    Abç.

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  2. Belíssima redação.

    Espero que um dia globo seja digna de você e lhe contrate

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  3. Grande Bruno! Concordo em gênero, número e grau com sua comparação. Escolhi o exemplo do Barcelona pois é mais próximo de todos nós, já que está dia sim e dia não na televisão.

    Quanto aos elogios pelo texto, agradeço - e muito!. São por eles que o FUTEBOLA já se encontra em seu terceiro ano de vida.

    Um grande abraço, amigos!

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