sexta-feira, 5 de março de 2010

GRANDES SELEÇÕES DA COPA DO MUNDO - ARGENTINA 1966

ARGENTINA – 5ª COLOCADA NA COPA DO MUNDO DE 1966

ELENCO
Goleiros: Antonio Roma, Rolando Irusta, Hugo Gatti
Defensores: Roberto Perfumo, Silvio Marzolini, Roberto Ferreiro, Nelson López
Meio-Campistas: José Varacka, Oscar Calics, Carmelo Simeone, Antonio Rattín, José Omar Pastoriza, Rafael Albrecht, Juan Carlos Sarnari, Jorge Solari
Atacantes: Mario Chaldú, Alberto González, Alfredo Rojas, Ermindo Onega, Oscar Más, Aníbal Tarabini, Luis Artime

CAMPANHA
Argentina 2 x 1 Espanha
Argentina 0 x 0 Alemanha Ocidental
Argentina 2 x 0 Suiça
Argentina 0 x 1 Inglaterra

Nas vésperas da Copa do Mundo de 1966, que seria realizada na Inglaterra, não havia ninguém que ousasse dizer que o Brasil não era o favorito ao título. Após se consagrar Bi-Campeão em 58/62, Pelé, Garrincha e cia chegavam à “Terra da Rainha” como os principais candidatos à conquistar o caneco. Bem, este favoritismo passou longe de se concretizar e, após perder para Hungria e Portugal, o Brasil foi eliminado ainda na primeira fase da competição. Porém, não podemos dizer que, por este motivo, o futebol Sul-Americano fez feio na Copa do Mundo, afinal a Seleção Argentina apresentou um grande futebol e terminou entre as 5 melhores equipes do planeta.

Dois anos antes do Mundial, em 1964, o futebol argentino mostrou sua força na Taça das Nações, realizada no Brasil. Neste torneio, nossos “hermanos” enfrentaram, e venceram, Brasil, Inglaterra e Portugal. Para se ter idéia do show argentino, o Brasil levou uma sapecada no Pacaembu por 3 x 0, com Pelé em campo e tudo. Não podemos deixar de ressaltar também a força de Inglaterra e Portugal, respectivamente Campeã e 3º lugar na Copa do Mundo de 1966. Entretanto, a Seleção Argentina que iria disputar o Mundial era bem diferente da Campeã do Torneio das Nações. A da Copa era bem mais forte.

Como diz a velha máxima do futebol, todo grande time começa por um grande goleiro. Defendendo a meta da Seleção Alvi-Celeste estava Antonio Roma, o “Tarzan”, apelido recebido devido aos vôos e saltos que dava para agarrar a pelota. Roma é uma verdadeira lenda da história do Boca Juniors. Falando em lenda do Boca Juniors, não dá para esquecer de Antonio Ubaldo Rattín. Líder e comandante do grande Boca da primeira metade da década de 60, que conquistou três Campeonatos Nacionais (62/64/65), Rattín era daqueles que amarrava a chuteira com as veias, fosse em jogo de seu clube ou da Seleção, e para algum atacante batê-lo, deveria suar muito. Ainda compondo o sistema defensivo argentino, um craque muito conhecido do torcedor brasileiro, em especial do torcedor cruzeirense. Aos 23 anos, o zagueiro Perfumo já mostrava toda sua qualidade na defesa do Racing e da Seleção. Em um futuro próximo, conquistaria, pelo Racing, nada menos do que o Mundial de Clubes de 1967, e, pelo Cruzeiro, faria espetacular dupla de zaga com Wilson Piazza, no início da década de 70. E tem mais! José Albrecht, que seria Campeão Argentino de 1968 invicto, com a equipe do San Lorenzo conhecida como “Los Matadores”, não era um defensor comum. Além de muita capacidade defensiva, Albrecht é, de acordo com a IFFHS (International Federation of Football History & Statistics), o sétimo defensor que mais gols marcou em partidas válidas pela Primeira Divisão do futebol mundial.

Se a Argentina estava otimamente servida de defensores, o mesmo pode se dizer do seu trio ofensivo. O comando do ataque ficava com o centroavante Luis Artime. Sobre ele, vamos às palavras de Hans Henningsen, autor do livro “Os Melhores Jogadores Sul-Americanos do Século XX”. Ele disse: “Sinônimo de gol. Demolidor, sagaz, inteligente, ótimo posicionamto, não era muito habilidoso mas protegia a pelota como poucos.”*. O torcedor brasileiro teve um curto contato com o artilheiro Artime, pois ele teve uma passagem por Palmeiras e Fluminense e, apesar de pouco tempo atuando em nossos gramados, claro que deixou sua marca muitas vezes. A dupla que teria a missão de deixar Artime na cara do gol era das grandes do futebol mundial: Onega/Más. A maior prova de o quanto Onega era um cracaço de bola foi que, apesar de ter atuado no River Plate em mais de uma década, seu único título foi o Argentino de 57, quando atuou em somente 1 jogo, e, mesmo assim, ele está entre os maiores ídolos da história do clube. Muito inteligente, criativo e com grande velocidade de raciocínio, era um dos pilares da equipe alvi-celeste. Dividindo com ele a responsabilidade de servir Artime estava o ponta-esquerda Oscar Más, que se utilizava de toda sua velocidade para marcar uma tonelada de gols.

A Argentina passou pela fase de grupos da Copa com grande autoridade. Bateu a forte Espanha, do histórico meia Luis Suárez e empatou com a Alemanha Ocidental, de ninguém menos que Franz Beckembauer e que seria a Vice-Campeã do torneio. A vitória sobre a Suiça fechou com chave-de-ouro a participação argentina na 1ª fase da Copa. Nas quarta-de-final, um duríssimo jogo contra a Inglaterra, que só foi decidido após a expulsão do capitão Rattín. O motivo? O juiz alemão Rudolf Kreitlen supostamente não ficou satisfeito com sua expressão facial enquanto reclamava. Como não entendia o que Rattín dizia, o argentino pediu um tradutor em campo mas não foi atendido, mandou o craque para o chuveiro. Após este caso, a FIFA decidiu implantar a utilização de cartões para a melhor comunicação entre juízes e jogadores.

* “Os Melhores Jogadores Sul-Americanos do Século XX” – Hans Henningsen

2 comentários:

  1. Como vc falou do goleiro argentino, sei que ele fez história na seleção.Nem sonhava em nascer nessa época mas post como o seu pode ajudar muitos fanático por futebol, dessa seleção como já disse conheço o goleiro Antonio Roma por leituras..


    Abraços!!!

    http://ofuteboleoscariocas.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Havia também o grande lateral esquerdo Silvio Marzolini do Boca Juniors, considerado por alguns como o sucessor de Nilton Santos na América Latina.

    ResponderExcluir