quinta-feira, 24 de julho de 2014

SCHWEINSTEIGER, SCHWARZENEGGER, SCHUMACHER e STEINHAEGER


Recém-contratado para salvar o Flamengo do fundo do poço sem fundo, Vanderlei Luxemburgo comentou a decisão da Copa do Mundo pelo canal de TV Fox Sports. Ao escalar um treinador como analista, espera-se uma leitura tática do jogo, mas Luxemburgo encontrou um problema enorme pela frente: ele não conseguia falar Schweinsteiger. Tentou a primeira vez e não saiu. Tentou a segunda, e nada. Na terceira, optou por chamar o craque alemão de “o camisa sete”.

O ponto aqui não é exigir que os treinadores brasileiros sejam poliglotas, o que, diga-se de passagem, até que seria excelente para que eles pudessem se manter em dia com o que rola pelo Planeta Bola. Se Luxemburgo não conseguisse pronunciar nomes bósnios, iranianos, sul-coreanos e até de muitos outros alemães não teria um pingo de problema.

A questão é que ao demonstrar não ter nenhuma familiaridade com o nome do Schweinsteiger, Luxemburgo deu indícios de que este meio-campista impecável e atualmente inigualável não faz parte de suas conversas cotidianas. Ora bolas, que treinador atual pode se dar ao luxo de não conversar sobre o que Schweinsteirger faz em campo? Que futebol ele assiste?

Um técnico de futebol não ter familiaridade com Schweinsteiger demonstra a mesma falta de capacidade profissional de um expert em filmes de ação que gagueja ao falar de Arnold Schwarzenegger, de um estudioso de Formula 1 que se enrola para dizer Schumacher ou um garçom veterano que não sabe pedir um Steinhaeger ao barman.

Muitos levaram o embolar de língua de Luxemburgo para o lado cômico, algo como o inglês de Joel Santana, mas tem um ponto muito sério no fato de um dos treinadores mais renomados do país não conseguir falar Schweinsteiger. Este é mais um exemplo de que os nossos técnicos não assistem, não debatem e não estudam o futebol que se joga nos principais centros do mundo. E podem incluir o Dunga nesta lista...

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